Candidatas agredidas: Da Extrema-Direita ao partido de Macron

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Os resultados da primeira volta das legislativas já deixaram França dividida e deram um ‘empurrão’ para protestos logo a seguir à ida às urnas – mas agora, a três dias da 2.ª volta a tensão começa a subir ainda mais, com ataques a candidatas de diferentes partidos.

Uma das situações aconteceu em La Rochette durante uma ação de campanha na manhã de quarta-feira. "[Fui] Atacada violentamente esta manhã no mercado de La Rochette, vou suspender a minha campanha", escreveu Marie Dauchy, da União Nacional (UN).

A eurodeputada francesa foi vista pelos serviços de saúde e apresentou uma baixa médica de oito dias. Segundo a imprensa, o homem em questão apresentou-se na esquadra ao início da tarde de ontem. Segundo a queixa preenchida pela candidata, alegadamente o comerciante "ameaçou-a de morte em várias ocasiões, insultou-a e tentou arrancar-lhe violentamente os folhetos que esta tinha na mão, quase atirando-a ao chão por duas vezes".

O homem foi detido e admitiu que tinha insultado a candidata assim como bater nas mãos desta, mas negou que a tivesse ameaçado de morte.

Violemment agressée ce matin sur le marché de La Rochette, je suspends ma campagne #Circo7303.

— Marie Dauchy (@M_Dauchy) July 3, 2024

Após o caso ser conhecido a líder do partido Marine Le Pen demonstrou "total apoio" à candidata, apontando que esta foi "cobardemente atacada no mercado" por "bandidos que não respeitam a democracia".

Soutien total à @M_Dauchy, lâchement agressée sur le marché par deux voyous qui ne supportent pas la démocratie. https://t.co/GoQbabu6nl

— Marine Le Pen (@MLP_officiel) July 3, 2024

Já o presidente do partido de Extrema-Direita UN manifestou apoio à candidata acima referida, mas não só. "Manifesto o meu total apoio à nossa candidata Marie Dauchy e à senhora Prisca Thevenot, que foram atacadas. Tenciono ser o primeiro-ministro que restabelecerá a autoridade do Estado, que endurecerá consideravelmente as sanções, e apelo à calma e ao apaziguamento", afirmou.

J'exprime mon soutien entier à notre candidate Marie Dauchy et à Mme Prisca Thevenot, qui ont été agressées.

J'entends être le Premier ministre qui rétablira l'autorité de l’État, qui durcira considérablement les sanctions, et j'appelle au calme et à l'apaisement. #FaceABFM pic.twitter.com/LNILeRp5ub

— Jordan Bardella (@J_Bardella) July 3, 2024

Bardella referia-se a um outro ataque que aconteceu no mesmo dia, com a atual porta-voz do governo e candidata pelo partido Renascimento, o mesmo partido do presidente, Emmanuel Macron. 

Segundo o que Prisca Thevenot foi atacada juntamente com a sua equipa enquanto estava em campanha, a colocar cartazes. "Aconteceu tudo muito depressa", explicou uma fonte à imprensa, dando conta de que o grupo responsável pelo ataque tinha cerca de dez pessoas, nomeadamente, jovens. Segundo as autoridades francesas, quatro pessoas, três das quais menores, foram detidas.

Também o atual primeiro-ministro de França, Gabriel Attal, lamentou a situação. "A violência e a intimidação não têm lugar na nossa democracia. Não têm lugar na nossa República. Rejeitemos o clima de violência e de ódio que se está a instalar. Apelo à vossa ação imediata", escreveu na rede social X (antigo Twitter).

Ce soir, une candidate, Prisca Thevenot, et des membres de son équipe de campagne ont été agressés par quatre individus à Meudon alors qu’ils collaient des affiches électorales.

La violence et les intimidations n’ont pas leur place dans notre démocratie.

Elles n’ont pas leur…

— Gabriel Attal (@GabrielAttal) July 3, 2024

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