Candidato tous les jours

Fim da brincadeira, um dos big dogs acabou de entrar na sala! A França, vencedora dos campeonatos da Europa de 1984 e 2000 e, provavelmente, a seleção mais consistente do mundo na última década, entra no EURO 2024 com a ambição clara de vencer a prova.

A história do futebol francês não precisa de grandes introduções. Contudo, para compreendermos a dimensão do passado recente e percebermos de onde vem parte do favoritismo para o EURO, é importante destacar as últimas presenças nas grandes competições.

Finalista no EURO 2016 - estamos a ver esse sorrisinho, caro leitor -, vencedora no Mundial 2018, oitavos - queda surpreendente - no EURO 2020 e finalista no Mundial 2022. Portanto, fazendo as contas e adicionando a conquista da Liga das Nações em 2021, são dois troféus e quatro finais em oito anos. Assustador, surpreendente e - quase - hegemónico.

Se parte das fichas apostadas na França vêm por este passado, a outra parte tem de estar relacionada com o riquíssimo plantel francês. Há uns dias, José Mourinho afirmou que uma seleção secundária de Portugal, com jogadores que não foram convocados, seria candidata a vencer a prova. Se isso acontece com Portugal, então com a França... A equipa «B» francesa estaria, provavelmente, entre as favoritas a vencer.

Há qualidade e quantidade em todos os setores, por isso, uma eventual lesão, suspensão, ou baixa não será problema, seja qual for o jogador ou a posição.

Qualidade? Servida em buffet

Além disso, é de referir que a polivalência de grande parte dos atletas permite a Didier Deschamps pensar em diferentes formações para abordar o jogo. Contudo, o 4-2-3-1 tem sido a aposta do experiente técnico.

Na baliza, já se deu a sucessão. Lloris, 145 vezes internacional, pendurou as luvas da França - continua pela MLS - após a final do Mundial 2022 e, desde aí, Mike Maignan tem-se imposto como o habitual titular.

No setor defensivo, as opções abundam e, por isso, o exercício de adivinhar os quatro titulares torna-se complexo. Upamecano e Saliba deverão alinhar ao centro, com Konaté à espreita de uma oportunidade. Theo Hernández, capitão do AC Milan deve assumir o corredor esquerdo e, pela direita, Koundé, sobretudo contra seleções de maior gabarito, deve fechar o corredor.

Um setor à frente, a história repete-se: Camavinga, Tchouaméni, Kanté, Rabiot, Zaire-Emëry, Fofana e Griezmann ainda pode descer para ocupar a posição mais adiantada do triângulo. Mesmo que Deschamps feche os olhos e escolha três de forma aleatória, a França não fica mal servida. 

Camavinga e Tchouaméni devem partir em ligeira vantagem - época com minutos e com a conquista do campeonato e Liga dos Campeões. Kanté - por atuar numa liga menos competitiva -, Zaire Emëry e Fofana - ambos por terem menos experiência - devem fazer parte de uma segunda linha. Rabiot é opção fiável e Griezmann deve fechar o trio.

Por fim, no ataque, vira o disco e toca o mesmo tema. Giroud é o melhor marcador da seleção francesa e torna-se preponderante nos grandes palcos pela França - apesar de estar em fase descendente na carreira. Barcola, Coman e Kolo Muani podem agitar a qualquer momento e contra qualquer adversário, mas a tarefa de desequilibrar pelas faixas deverá ser entregue a Mbappé e Dembélé.

Caro leitor, sei que não precisava que o convencessem; ainda assim, fizemos questão de escrutinar e expor os motivos que tornam esta seleção francesa numa das mais completas, temidas e favoritas à conquista do EURO 2024. Mes amis, ramenez la coupe à la maison!