A incursão do Milan no mercado dos treinadores, com Sérgio Conceição e Paulo Fonseca a serem fortemente ligados aos rossoneri, motivou uma questão por parte de Fabio Capello, ele próprio antigo técnico do emblema de Milão: por que razão o clube precisa de contratar um estrangeiro, se desde 2000 o único que triunfou em Itália foi José Mourinho, pelo Inter?
"Os treinadores italianos vencedores são pouco procurados. Hoje fala-se muito de estrangeiros e de jovens técnicos em ascensão, de De Rossi [Roma] a Gilardino [Génova] e a Palladino [Monza]", referiu o antigo selecionador italiano, em declarações à 'Gazzetta dello Sport'. "A ideia dos dirigentes é provavelmente ir à procura de algo novo, diferente mas também barato. Produtos em segunda mão são menos populares."
Depois, falou dos estrangeiros. "Quem é que veio de fora para triunfar em Itália? Liedholm, Boskov e Eriksson são alguns exemplos, mas com muitos anos. Desde 2000 apenas aconteceu com Mourinho e isso tem de querer dizer alguma coisa. Olhamos à nossa volta e vemos o Thiago Motta [Bolonha] em 'casa', a postos para as grandes equipas."
Capello analisou também o mercado dos treinadores: "Depende do que o clube quer, da ideia que tem e do tipo de futebol que quer ver em campo. Falámos de experiência, mas também é preciso coragem. Se o Berlusconi não a tivesse, o Milan de Sacchi, Capello ou Ancelotti podia não ter existido."
E ainda atirou um nome para o lugar de Stefano Pioli no Milan: "Há jovens treinadores a fazer um bom trabalho. O De Zerbi [Brighton] é apadrinhado pelo Guardiola, esteve bem no Sassuolo, agora está a passar por um pouco mais de dificuldades. Ganhou a Supertaça na Ucrânia, pode-se dizer que é um italiano com experiência. E hoje dia, para se treinar o Milan ou a Juventus, é preciso saber muitas coisas."
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