Cara de Espelho enaltecem vitalidade da música portuguesa

1 mes atrás 68

Cara de Espelho estão aí para dar que falar Lusa

Carlos Guerreiro, um dos sete músicos que formam a banda Cara de Espelho, que na sexta-feira atuou em Sines, no Festival Músicas do Mundo (FMM), considera que "a música portuguesa nunca teve tão boa saúde como agora".

Aos 70 -- cumpridos hoje, data assinalada com um "Parabéns a você" coletivo por quem assistia ao concerto que abriu a penúltima noite da 24.ª edição do FMM -, o fundador dos Gaiteiros de Lisboa realça que "o que está um bocado doente é a indústria" em torno da música.

E isso deve-se "à grande evolução técnica que têm tido os suportes da música, os CD, os discos, as pen, tudo isso está sempre a mudar", recorda.

Além disso, "as pessoas hoje estão cada vez mais confinadas só ao telemóvel e o acesso que têm à música é através disso e dos computadores".

Por outro lado, diz, "a oferta também é de tal maneira que, se calhar, só assim é que nós conseguimos ter uma visão mais abrangente".

Carlos Guerreiro, que chegou a integrar o GAC -- Grupo de Ação Cultural na altura do PREC (Processo Revolucionário Em Curso), considera que a música de intervenção "foi um estilo que se abandonou um pouco, com o triunfalismo do 25 de Abril".

A banda Cara de Espelho junta Maria Antónia Mendes, Carlos Guerreiro, Pedro da Silva Martins, Luis J. Martins, Nuno Prata e Sérgio Nascimento, músicos dos Deolinda, Ornatos Violeta, A Naifa e Gaiteiros de Lisboa.

Reação do público

O público do FMM reagiu expansivamente à música "Dr. Coisinho", nome que Pedro da Silva Martins, autor das letras da banda, pediu emprestado ao humorista Bruno Nogueira para se referir ao líder do Chega.

Ao recado "Coisifique aqui o dedo" adultos e crianças responderam de dedo do meio em riste.

Durante o concerto, ironizaram em torno da palavra "genuíno", para desconstruir o conceito: "O que é que é genuíno, o que é que é ser genuinamente português?", questiona Pedro da Silva Martins.

A banda procura "o louvor das misturas", porque "nada é genuíno, tudo é uma mistura de alguma coisa", acrescenta Mitó.

Quando acabaram de gravar o álbum de estreia, "Cara de Espelho", lançado em janeiro, já tinham "umas duas ou três" músicas que não incluíram e agora já têm "bastantes mais".

Ler artigo completo