Carlos Fernandes, U. Santarém: «O objetivo é ter lugar numa Liga que se adequa à realidade do clube»

Limianos, Pevidém, Amarante, São João de Ver, União de Santarém, Lusitânia dos Açores, Vitória FC, Moncarapachense. São estes os oito clubes que irão disputar a subida à Liga 3. Na antecâmara da fase de todas as decisões no Campeonato de Portugal, o zerozero conversou com os oito treinadores que vão lutar pela promoção de escalão.  

O União de Santarém pode voltar à Liga 3. Depois da presença na prova em 2021/22, foram precisos apenas dois anos para poderem ter a oportunidade de regressar. Para isso, selaram o primeiro lugar da Série C do Campeonato de Portugal. 

Com apenas cinco derrotas no decorrer da primeira fase do campeonato, os scalabitanos têm, agora, a missão interna de serem promovidos à divisão superior.

Carlos Fernandes, que na temporada passada levou o Vianense à Fase de Subida - antes de sair do emblema e, efetivamente, a disputar -, leva 12 vitórias em 14 jogos desde que assumiu o comando técnico do União de Santarém e, certamente, pretende manter o registo vencedor.

Os adversários? Lusitânia dos Açores, Vitória FC e Moncarapachense. Tudo arranca no próximo dia 21 de abril.

«Os índices de otimismo estão no limite»

zerozero (zz): Como descreve o trajeto do União de Santarém até chegar a esta fase?

Carlos Fernandes (CF):  O União de Santarém foi uma equipa a quem, desde muito cedo, as pessoas reconheceram qualidade na formação do seu plantel. Infelizmente, na primeira volta, não conseguimos consistência. Depois, arrancámos para uma segunda volta realmente diferenciada que fez com que a equipa conseguisse estar no lugar em que está - no primeiro lugar da Série C. Portanto, o que ficou foi realmente uma segunda volta muito boa da minha equipa.

zz: O que espera desta fase de subida? Lusitânia dos Açores, Vitória FC e Moncarapachense são os adversários que se seguem. 

CF: O que se espera é, exatamente, o que sucedeu durante a época. Todos os jogos vão ser extremamente difíceis. Considero que os nossos jogos mais difíceis até vão ser contra o Lusitânia dos Açores e o Vitória FC porque o conhecimento das equipas já é muito elevado e, quando assim é, fica mais difícil surpreender.

Temos uma Série fortíssima com o Vitória FC,  talvez a equipa mais valiosa de sempre do Campeonato de Portugal. Temos o Moncarapachense, também com passado recente na Liga 3. Portanto, o que se espera, e aquilo que nós vamos aportar aos nossos atletas, é que todos os jogos vão ser extremamente difíceis, independentemente de se jogarem em casa ou fora. Cada jogo vai ter a sua história e vão ser jogos onde o equilíbrio vai ser dominante.

zz: Dois anos depois, a União de Santarém tem a hipótese de regressar à Liga 3. Acredita que este fator dá ainda mais alento à equipa?

CF: Claro que sim. Com tantas equipas no início do campeonato, estamos entre as melhores oito a nível nacional e, tal e qual como todas as outras equipas, os índices de otimismo, de querer jogar o jogo e de foco, estão no limite. O objetivo é ter, novamente, um lugar numa Liga que se adequa perfeitamente à realidade do clube e, portanto, esse é o objetivo. Partimos com as mesmas ambições que todas as outras equipas.

A mudança da primeira para a segunda volta ocorreu devido ao mercado de dezembro, com a nossa chegada ao clube. Foi uma série de coisas que fizeram com que a equipa arrancasse para uma segunda volta fabulosa. Portanto, não exagerando na humildade, porque humildade a mais é vaidade, claramente, a chegada da equipa técnica também teve a sua quota parte nesta segunda volta fabulosa. É como eu sempre refiro, os atletas são o mais importante e a forma como eles nos receberam, ao terem dado o benefício da dúvida, da forma como o fizeram e jogo após jogo, a forma como se superaram foi muito importante. A diferença é o facto de nós, enquanto equipa técnica, nos cruzarmos com um grupo de atletas como este. É muito agradável.

«Um bom campeonato em casa pode fazer toda a diferença»

zz: O que acha que vai mudar para esta nova fase, em termos de preparação de equipa?

CF: Há sempre pequenas coisas que temos de ajustar em relação ao adversário, mas, o que conta realmente, é o que estas equipas construíram e a forma como se mantiveram jogo após jogo. Portanto, o foco é essencialmente em nós. O foco é a forma como nos comportamos em jogo. Esse é o foco principal. E depois, claramente, olhar para o adversário, perceber onde estão os pontos fortes deles e estarmos ao nível que se pretende, que é o de eliminar os pontos fortes dos adversários.

zz: Qual é a mensagem que pretende deixar aos adeptos?

CF: Espero que os adeptos do União de Santarém continuem a aparecer cada vez mais, como tem acontecido ao longo de cada semana, esse é o objetivo. Sabemos que, muitas vezes, a força tem de vir de fora. A presença deles é crucial, principalmente nos jogos em casa. É fundamental que eles estejam presentes, porque jogos em casa ou fora, o grau de dificuldade é igual - muito elevado. Um bom campeonato em casa pode fazer toda a diferença.