CDU quer preparar saída do euro e reforçar a soberania nacional

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Veja aqui o programa eleitoral do PCP e de Os Verdes

A proposta eleitoral da CDU para as eleições europeias será das mais disruptivas com o projeto atual da União Europeia, sobretudo ao nível económico.

Por várias vezes, o cabeça de lista da coligação, João Oliveira, tem defendido a necessidade de preparar o país para a saída da moeda única, uma tese que também está explanada no “Compromisso para as Eleições aos Parlamento Europeu”.

A CDU argumenta que, “em vez do prometido progresso social, o euro significou contenção dos salários e aumento da exploração”, entre outras consequências negativas.

A contestação a Bruxelas não fica por aqui. Para a CDU as políticas da União Europeia, que classifica de neoliberais, e a “política de direita de sucessivos governos em Portugal são duas faces da mesma moeda”.

Nesta linha de pensamento, recuperam algumas das ideias das legislativas, mas também algumas específicas do contexto europeu. A coligação encabeçada por Oliveira quer “romper” com a Política Agrícola Comum e a Política Comum das Pescas.

A nível de política externa, a CDU critica o que considera ser “um dos mais inquietantes desenvolvimentos destes anos”. Trata-se, asseguram, da “impetuosa e muito acelerada militarização” da União Europeia.

A CDU condena que os responsáveis dos 27 assumam “sem reserva, que nenhum dinheiro pode faltar para a guerra”, afirmando que tal se faz à custa de “desviar recursos que fazem falta na promoção da coesão económica e social, no combate à pobreza”, entre outros.

50 anos do 25 de abril no programa para as europeias

O compromisso da CDU é para o Parlamento Europeu, mas o documento, no primeiro capítulo, regressa ao 25 de abril, no ano em que se assinalam os 50 anos da Revolução dos Cravos.

A CDU enaltece a Constituição Portuguesa que foi estabelecida a seguir ao 25 de abril como sendo “uma das mais avançadas e progressistas na Europa”. No entanto, acrescenta, “o processo contra-revolucionário pôs em causa essas conquistas” e “interrompeu, e nalguns casos reverteu, esse rumo de desenvolvimento”.

“A adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1986, insere-se neste percurso e foi instrumental para o aprofundar”, lê-se também.

O que diz a família europeia do PCP?

Veja aqui os compromissos do The Left

Nas Europeias de 2019, o PCP e o Partido Ecologista “Os Verdes” apresentaram-se a eleições coligados, como habitualmente. Conseguiram eleger dois deputados, ambos do PCP.

No Parlamento Europeu encaixaram na família política dos “The Left”. No site dos “The Left” não há um documento disponível com propostas para o próximo mandato europeu, mas é possível identificar as principais linhas de pensamento.

Sem surpresa, no essencial, coincidem com as ideias defendidas pelos comunistas portugueses, nomeadamente, a defesa de uma Europa diferente, mais amiga dos trabalhadores, menos próxima dos grandes poderes económicos, e defendem uma política externa virada para a paz.

A maior dissonância entre o PCP e os The Left será a nível económico, pois, ao contrário dos comunistas, não é evidente que a família política europeia na qual estão encaixados defenda o fim do euro.

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