Aquando da sua entrada no Banco de Portugal, Centeno estava a ganhar um salário de 16.997,60 euros. Em quatro anos de mandato, o governador viu a sua remuneração crescer 7%.
Os salários do conselho de administração do Banco de Portugal têm subido à boleia das atualizações salariais da Função Pública. O governador do Banco de Portugal é um desses casos, estando a auferir um salário de 18.177,18 euros mensais, revela o “Expresso” esta quarta-feira.
O vencimento de Mário Centeno é agora superior em mil euros do que quando entrou no cargo, em 2020, e 500 euros acima do salário do ano passado. Em 2020, aquando da sua entrada na entidade, Centeno estava a ganhar um salário de 16.997,60 euros. Assim, em quatro anos de mandato, o governador do BdP viu a sua remuneração crescer 7%.
Adianta ainda o “Expresso” que o salário do supervisor bancário, neste caso Centeno, está vedada a prémios ou bónus, sendo então inferior à dos gestores bancários que recebem complementos. Por exemplo, Paulo Macedo da Caixa Geral de Depósitos recebe um salário de 30.124,29 euros ao mês, enquanto Christine Lagarde do BCE recebe um pouco mais, quase 32 mil euros (31.784,57 euros, segundo a publicação).
No entanto, o semanário adianta que a remuneração de Mário Centeno já mais do que compensou os cortes observados durante a intervenção da troika. Em termos nominais, a remuneração de Centeno ultrapassa aquela atribuída entre 2006 e 2009, de 17.817,70 euros, antes de serem determinadas reduções pela troika.
Com a reversão do corte da remuneração de 10%, implementado pelo FMI, e com os aumentos salariais da Função Pública dos últimos anos, Centeno conseguiu compensar os cortes que foram sentidos no mandato de Carlos Costa, o seu antecessor. No entanto, não recuperou da inflação. Em termos reais, descontada a inflação, os valores pagos em 2009 ao governador corresponderiam a mais de 22 mil euros este ano. Isto é, apesar do aumento salarial sentido, o governador perdeu poder de compra.
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