CEO do BPI defende plano estatal de construção de habitação e diz que banca “pode participar”

5 meses atrás 98

“O Estado tem de criar as condições, tem de criar as políticas e agilizar os processos, e depois a economia vai funcionar e os bancos estarão disponíveis par financiar essas mesmas construções”, disse o presidente do BPI que defende a criação de “um grande plano  de construção de habitação”.

“Falta claramente habitação em Portugal, e é a oferta que faz descer os preços”, defendeu João Pedro Oliveira e Costa, CEO do BPI, na conferência de imprensa de apresentação de resultados. O CEO do BPI disse ainda que os bancos podem participar num programa que venha a ser criado, defendeu.

“O Estado tem de criar as condições, tem de criar as políticas e agilizar os processos, e depois a economia vai funcionar e os bancos estarão disponíveis par financiar essas mesmas construções”, disse o presidente do BPI que defende a criação de “um grande plano  de construção de habitação”.

É preciso fixar os jovens e os trabalhadores em Portugal através do acesso à habitação, defendeu.

“Um milhão de pessoas vieram para Portugal viver na última década “, disse o CEO citando dados públicos acrescentando que “falta claramente habitação para todo o emprego que é preciso criar” e para os jovens, defendeu o banqueiro.

Os elevados prazos de aprovação nas Câmaras e os licenciamentos tornam os projetos imobiliários muito mais caros, por isso, defende, o Estado tem de dar o tiro de partida. “Temos uma oportunidade de ouro de fazer novas cidades mais sustentáveis”, defendeu.

“Portugal precisa de ter uma habitação condigna e sustentável”, acrescentou lembrando os dados que apontam que “faltam 100 mil casas em Portugal”.

O CEO lembrou que “se olharmos verificamos que 70% das famílias tem habitação própria e grande parte foi com crédito hipotecário, porque o mercado de arrendamento não funciona”.

O plano que defende teria de resultar em habitação mais barata, pois, disse, estamos a conceder muito crédito “mas é para casas mais caras”, constatou.

“Quando eu falo em que a banca pode apoiar, tenho consciência que o BPI nunca teve um problema com o crédito à habitação e à construção, e é importante perceber a diferença entre crédito à construção para habitação e crédito à promoção imobiliária”, disse João Pedro Oliveira e Costa.

No passado “havia misturada entre construtores que recebiam crédito que eram acionistas dos bancos”, lembrou o CEO do BPI.

“A construção de habitação tem de ser uma construção industrial, e não peça a peça”, defendeu.

Sobre a mudança de Governo, João Pedro Oliveira disse que “não vejo que haja uma instabilidade política neste momento” acrescentando que “o bom senso vai prevalecer” apesar de alguma picardia política. “Teremos eleições europeias que são importantes, que certamente darão um sinal da estabilidade”, referiu.

O presidente do banco defende a redução de impostos, não só pôr fim à contribuição extraordinária da banca e ao adicional de solidariedade criada no tempo da pandemia para o sector, mas também a redução dos impostos das famílias e das empresas.

O CEO BPI não antevê que “possa haver sobressalto com a descida dos juros”. Mas o CEO acredita que o BCE vai iniciar a descida dos juros o que terá um impacto positivo na economia, nas família e nas empresas.

A próxima reunião do BCE para decidir as taxas de juro vai ocorrer no próximo dia 6 de junho.

“Acreditamos que os lucros em 2024 vão ser mais baixos mas eventualmente não tão abaixo como o BPI previa”, disse o  CEO.

Sobre os certificados de aforro, o CEO disse não ter uma proposta concreta. “Não é um produto que eu vá distribuir apenas porque sim, o banco teria de conhecer as condições de comercialização”.

Sobre a venda da participação no Banco Fomento Angola (BFA), disse que mantêm a posição vendedora e têm mantido um diálogo permanente com o maior acionista, a estatal Unitel (detentora de 51,9% do capital social do BFA).

O Estado anunciou que quer privatizar um conjunto de empresas como Unitel e participação no BFA, através da colocação em bolsa, que é uma muito jovem.

O BPI detentor de 48,1% do capital social do BFA sublinhou que “a nosso posição é por princípio vendedora, e se houver forma de acompanhar o IPO, analisaremos, mas temos de conhecer as condições em concreto”.

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