Porém, Pedro Castro e Almeida alerta que é necessário “baixar os custos” da tecnologia para poder ser massificada, até porque o “custo de fazer uma app para um banco que tem 1% de quota de mercado é o mesmo para o que quem tem 30%”.
O CEO do Santander Portugal disse esta quinta-feira que a Inteligência Artificial (IA) tem potencial para reduzir entre 20% a 30% os custos operacionais de uma empresa e aumentar ainda mais a produtividade dos trabalhadores, na ordem dos 30% a 40%.
“Está a criar uma disrupção muito grande em vários modelos de negócio. Dentro dos sectores que podem ter uma disrupção maior, surge primeiro, naturalmente, o das componentes tecnológicas e, logo depois, o financeiro. Mais tarde, daqui a uns anos provavelmente, o sector da energia”, afirmou Pedro Castro e Almeida, no “Fórum Banca 2024”.
Para o banqueiro, esta ferramenta baseada em modelos de linguagem é uma oportunidade de diferenciação da concorrência, mas aa tecnologia tem de “baixar os custos para poder ser massificada”, até porque o “custo de fazer uma app para um banco que tem 1% de quota de mercado é o mesmo para o que quem tem 30%”.
“Já não é uma bolha da área do IT [Information Technology]. Do IT para o IT. É do IT para o negócio”, resumiu, no painel “Inteligência Artificial: revolução ou evolução?”, que encerrou esta edição da conferência anual do sector financeiro organizada pelo Jornal Económico (JE) e pela consultora PwC.
Pedro Castro e Almeida contou ainda que numa reunião recente no grupo bancário falava-se nesta tendência da IA e nas alterações de paradigma na História da Humanidade à boleia da digitalização ou – para ser mais precisa – da automação. Ou seja, há dez mil anos evoluiu-se para a sociedade agrícola, há 200 anos para a sociedade civil e agora estamos na sociedade digital.
Porém, na opinião do CEO do Santander Portugal, não há assim um “ponto de inflexão” tão grande. “Não tenho essa visibilidade”, assumiu Pedro Castro e Almeida, no “Fórum Banca 2024”.