"Desde que a operação militar das forças israelitas se intensificou, em 06 de maio, cerca de 80 mil pessoas fugiram de Rafah em busca de refúgio noutro local", denunciou a organização, que reiterou a necessidade de um cessar-fogo.
"O custo para essas famílias é insuportável. Nenhum lugar é seguro", sublinhou a UNRWA.
Este é, para muitos dos habitantes de Gaza obrigados a sair de Rafah, o terceiro ou quarto deslocamento forçado durante os sete meses de guerra.
"Rafah é uma cidade de crianças", disse o porta-voz da UNICEF, James Elder, numa conferência de imprensa realizada na terça-feira em Genebra, Suíça.
Mais de 600 mil crianças vivem em condições de sobrelotação em Rafah, segundo um relatório da UNICEF que alerta para a "alta vulnerabilidade [dessas crianças] que apenas estão a sobreviver".
Uma situação que se agravou após o encerramento da passagem terrestre de Rafah, tomada por tanques israelitas na terça-feira, por onde entravam diariamente em Gaza uma média de 48 camiões com ajuda humanitária e 166 mil litros de combustível, alerta a ONU.
"Sem combustível, os camiões não serão capazes de transportar ajuda humanitária crítica, as bombas de água deixarão de funcionar e o que resta dos hospitais fechará", alertou o diretor da UNRWA, Philippe Lazzarini, numa mensagem publicada na quarta-feira à noite na rede social X.
Na outra passagem no sul, em Kerem Shalom, nenhuma ajuda está a ser distribuída a Gaza, confirmaram a UNRWA e o Conselho Norueguês para os Refugiados, apesar da reivindicação feita por Israel de que a iria reabrir na quarta-feira.
Esta madrugada, foram mortos dezenas de palestinianos em Rafah e no norte do enclave devido a ataques militares israelitas, segundo fontes médicas citadas por agências locais.
O número total de mortos desde o início da guerra em Gaza, a 07 de outubro de 2023, ascende a 34.844, segundo a contagem das autoridades palestinianas, enquanto pelo menos 78.404 pessoas ficaram feridas.
Além disso, milhares de corpos estão ainda enterrados sob os escombros e não podem ser alcançados pelas equipas de salvamento.
Israel declarou guerra ao movimento Hamas após um ataque surpresa em território israelita que fez cerca de 1.200 mortos e mais de 200 raptos.
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