Chefe do exército ucraniano "insatisfeito" com serviços de recrutamento

O chefe do exército ucraniano, o general Valeriy Zaluzhnyi, revelou, esta terça-feira, que não está "satisfeito" com o trabalho dos serviços de recrutamento militar, responsáveis pela mobilização das tropas. 

A posição do militar surge um dia após o governo ucraniano ter enviado ao parlamento um projeto de lei que prevê a redução da idade de alistamento de 27 para 25 anos e medidas para quem tentar fugir ao serviço militar.

"Atualmente, não estou satisfeito com o trabalho [dos serviços de recrutamento militar]", afirmou o responsável, citado pela agência de notícias Reuters, naquela que foi a sua primeira conferência de imprensa desde o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022.

Sobre a evolução da guerra este ano, 2023, Zaluzhnyi afirmou não ter ficado "desiludido" com o apoio do Ocidente, que possibilitou a realização de "operações militares confiantes".

"Tínhamos objetivos bastante ambiciosos para 2023. Não fiquei desiludido com o nível [de ajuda externa] em 2023. É claro que não foi a totalidade [do montante solicitado], mas permitiu-nos conduzir operações militares confiantes", afirmou.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 após a desagregação da antiga União Soviética e que tem vindo desde então a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.

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