Chefes da diplomacia da China e da Noruega apelam a "cessar-fogo em Gaza"

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O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, e o seu homólogo norueguês, Espen Barth Eide, trocaram "pontos de vista aprofundados" sobre a situação no Médio Oriente durante as conversações em Pequim, segundo um comunicado da diplomacia chinesa.

Os dois países "concordaram com a necessidade de um cessar-fogo imediato em Gaza" e com um "aumento substancial da assistência humanitária".

"Todas as partes têm de trabalhar em conjunto para evitar que o conflito se alastre e apelamos à libertação imediata de todas as pessoas detidas", acrescentou o comunicado.

Tanto a Noruega como a China apoiam a Palestina como Estado soberano e têm-se manifestado sobre a situação humanitária na Faixa de Gaza, onde o conflito entre Israel e o grupo militante palestiniano Hamas está prestes a entrar no quarto mês.

A preocupação internacional com o alastramento do conflito a toda a região é cada vez maior, uma vez que os países e os grupos de milícias se atacam mutuamente devido à resposta prolongada de Israel a um ataque mortal do Hamas na fronteira de Gaza.

"Ambas as partes acreditam que é necessário reforçar o apoio à Autoridade Nacional Palestiniana e iniciar um processo político que conduza a uma 'solução de dois Estados', de modo a que tanto o povo israelita como o povo palestiniano possam desfrutar de uma vida pacífica e segura", considera a China, referindo-se ao conceito de um Estado independente da Palestina e à sua coexistência pacífica com Israel.

Há muito que a China mantém laços diplomáticos com a Autoridade Palestiniana, o organismo governamental internacionalmente reconhecido que gere parte da Cisjordânia ocupada por Israel. A Autoridade Palestiniana foi criada na década de 1990 com o objetivo de criar um Estado independente da Palestina. A Noruega abriu um gabinete de representação da Autoridade na Cisjordânia em 1999.

A Noruega é também um dos principais doadores da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA). O país criticou outros doadores, incluindo os Estados Unidos, por causa dos cortes no financiamento, depois de Israel ter alegado que alguns funcionários da UNRWA se tinham juntado ao Hamas nos ataques de 7 de outubro às suas cidades fronteiriças.

Eide instou também os países a não enviarem armas para Israel ou arriscarem-se a ser vistos como "parceiros efetivos no genocídio na Faixa de Gaza".

Eide é o mais alto funcionário norueguês a visitar a China desde 2018. Este ano marca também o 70.º aniversário das relações diplomáticas entre os dois países.

Durante as conversações com Wang, Eide prometeu aprofundar a cooperação com a China nos domínios da transição ecológica, das alterações climáticas e dos intercâmbios interpessoais.

O chefe da diplomacia norueguesa também levantou alguns pontos de tensão, nomeadamente no que se refere aos Direitos Humanos, que afirmou serem "uma parte importante" das relações bilaterais, de acordo com uma nota de imprensa do seu ministério.

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