Chega avança com “recomendação” ao Governo para baixar IRS já este ano

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25 jul, 2024 - 20:25 • Susana Madureira Martins

O desafio tinha sido deixado pelo primeiro-ministro para que o Chega e o PS apresentassem uma iniciativa nesse sentido. Pedro Nuno Santos diz que essa opção "depende" do Governo, André Ventura prepara-se para apresentar recomendação.

O Chega vai avançar com uma “recomendação” ao Governo para que a redução do IRS tenha efeitos já este ano, sabe a Renascença. A iniciativa deverá ser apresentada pelo líder do partido, André Ventura, durante uma conferência de imprensa marcada para o início da tarde desta sexta-feira.

André Ventura responde assim ao desafio deixado na quarta-feira pelo primeiro-ministro, em declarações aos jornalistas em Angola. Quando confrontado com a promulgação da proposta do PS de redução do IRS, Luís Montenegro pediu ao Chega e aos socialistas uma clarificação.

"Uma coisa é nós decidirmos alguma coisa do ponto de vista fiscal, cuja consequência se repercute no próximo ano. Outra coisa é fazê-lo com repercussões imediatas. Eu gostava de saber se, em particular, o Partido Socialista e o Chega, que foram as forças políticas determinantes para a aprovação dessa diminuição, estão em condições de recomendar ao Governo que seja essa uma das consequências da aprovação e promulgação", disse o primeiro-ministro.

A tal “recomendação” ao Governo que o primeiro-ministro pediu surge agora pela mão de André Ventura, sendo que Montenegro não foi taxativo sobre se vai ou não avançar com a baixa do IRS já este ano, opção que no PSD já vem sendo aconselhada, por exemplo, por Duarte Pacheco, ex-deputado e antigo dirigente do partido.

Duarte Pacheco em linha com PS. Redução das taxas de IRS “já podia estar em vigor” em setembro

Pedro Nuno Santos diz que opção “depende” do Governo

O desafio do primeiro-ministro foi colocado ao Chega e ao PS, e já esta quinta-feira o líder socialista recusou a chamada a jogo, argumentando que a opção de reduzir o IRS “depende” do Governo.

Falando aos jornalistas na sede do PS no Largo do Rato, Pedro Nuno Santos foi exatamente questionado se iria apresentar algum tipo de iniciativa para pressionar o Governo a tomar a decisão, respondendo que a proposta que foi promulgada pelo Presidente da República “tem efeitos a partir de 1 de janeiro de 2025, exatamente para que não haja violação da norma-travão” e que eventuais “efeitos em 2024 dependem de uma decisão do Governo”.

Essa, diz o líder do PS, “é a única maneira” de a medida ter efeitos em 2024, com Pedro Nuno Santos a salientar que “desde abril que o Governo disse que queria fazer uma redução de IRS adicional àquela que o anterior Governo tinha feito e queria que ela tivesse consequências em 2024”.

Desde abril até agora “o que se alterou foi a distribuição da poupança fiscal”, argumenta o líder do PS que, “por isso”, não vê “nenhuma razão para que o Governo não cumpra a sua promessa”. Pedro Nuno Santos carrega na tecla de atirar para Montenegro a responsabilidade: “Só não haverá redução do IRS em 2024 se o Governo não quiser”.

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