Chega está a aproveitar TikTok e Instagram para conquistar os jovens

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Em 2022, o partido de André Ventura contava ainda com um perfil de eleitor entre os 35 e 54 anos, mas a tendência parece estar a mudar, com a ajuda do TikTok e o Instagram, conclui esta quinta-feira uma análise do jornal Expresso.

O Chega, que em 2022 contava com um perfil de eleitor entre os 35 e 54 anos, está a apostar na conquista do eleitorado mais jovem usando o TikTok e o Instagram para os atingir, na linha de outros partidos de extrema-direita europeia.

Num artigo de fundo em que analisa a relação dos Chega com as redes sociais na moda, publicado esta quinta-feira, o “Expresso” salienta que a mensagem é agora “mais irreverente, mas focada num público mais jovem e também virada para os descontentamentos da idade”, como a emigração ou as casas de banho nas escolas.

No total das contas, escreve o jornal, o Chega é o rei dos partidos portugueses no TikTok, somando mais de 70 mil seguidores. O líder André Ventura lidera entre os políticos, com 177 mil seguidores, seguido da jovem deputada Rita Matias, com 31,8 mil seguidores.

André Azevedo Alves, professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, diz ao Expresso que a Iniciativa Liberal “sempre vingou entre o público mais jovem, urbano e com mais formação”, mas admite que “a forte aposta do Chega nas redes sociais, terreno fértil para essa faixa etária, pode estar a mudar o padrão”.

O politólogo considera que esta tendência poderá antecipar um crescimento que não se traduz no imediato, nas eleições de 10 de março, mas pode ser o caminho da maior consolidação do partido no futuro junto dos jovens. “A aceitação social por parte dos jovens e famílias pode ter um efeito de normalização e consequente descida da taxa de rejeição do Chega”, explica André Azevedo Alves.

Pedro Magalhães, coordenador do centro de sondagens do ICS-ISCTE, diz ao Expresso que o Chega está a recolher uma comparativamente forte proporção das intenções de voto entre os mais jovens, muito próxima ou até indistinguível da obtida pelo PSD, um movimento que tem surgido também noutras sondagens”. Contudo, não é líquido que contribuam para o favorecimento do partido já nas próximas eleições, uma vez que são precisamente os jovens que votam menos em eleições.

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