China aposta nos chips de código aberto para ‘fugir’ ao bloqueio dos EUA

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A patente registada pela Academia de Ciências Militares do Exército de Libertação Popular na China refere o uso do padrão de código aberto RISC-V para reduzir o mau funcionamento do chip desenhado para a computação na nuvem e para os carros inteligentes. A utilização desta arquitetura de instruções de código aberto em vez dos habituais x86 e Arm, controlados por empresas ocidentais evidencia que os chineses estão a ser criativos na forma de contornar o bloqueio económico imposto pelos EUA.

Recorde-se que Reino Unido e EUA proíbem a venda dos chips mais avançados que usem estas arquiteturas a clientes da China. À medida que as proibições apertam o cerco, a natureza aberta da RISC-V é parte da estratégia de libertação, com fonte do governo chinês a realçar que “a maior vantagem da arquitetura RISC-V é que é geopoliticamente neutra”, cita a Reuters.

Entre 2018 e 2023, várias dezenas de entidades estatais e de investigação da China já investiram pelo menos 50 milhões de dólares em projetos que envolvem a RISC-V. Embora o montante seja algo modesto, sabe-se que os avanços da arquitetura ajudam Pequim a ter esperança de conseguir quebrar o duopólio ocidental x86-Arm.

Na China, já há processadores com esta arquitetura a serem utilizados para alimentar carros autónomos, modelos de inteligência artificial e centros de armazenamento de dados. Esta arquitetura, de uso gratuito, tem um enquadramento mais simples e que, muitas vezes, leva a utilizações energeticamente mais eficientes.

Metade dos mais de dez mil milhões de chips RISC-V vendidos em 2023 foram feitos na China e, só no ano passado, foram registadas 1061 patentes a usar esta arquitetura naquele país.

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