China desenvolve o atlas lunar com “o maior detalhe de sempre”

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A Academia Chinesa de Ciências (CAS) divulgou os mapas geológicos da Lua com a mais alta resolução até ao momento. Mais de uma década depois de os investigadores terem começado a trabalhar no projeto, o Atlas Geológico do Globo Lunar foi lançado e apresenta um total de 12.341 crateras, 81 bacias e 17 tipos de rochas. Os mapas foram produzidos na escala de 1:2,5 milhões.

“Cada questão em geologia começa com a observação de um mapa geológico. O novo atlas lunar é realmente um recurso para o mundo todo”, declarou Ross Mitchell, geofísico no Instituto de Geologia e Geofísica da CAS em Pequim.

A China vai utilizar estes mapas para continuar a desenvolver as missões lunares que tem traçadas, de acordo com o site Nature. “Os mapas serão benéficos também para outros países, enquanto realizam as suas próprias missões lunares”, afirmou Jianzhong Liu, geoquímico no Instituto de Geoquímica da CAS em Guiyang e colíder do projeto.

Com o novo atlas atualizado, é esperado que os cientistas sejam capazes de entender melhor a história da Lua, assim como avaliar os recursos lunares e ainda realizar estudos geológicos comparativos. Jianzhong Liu espera que este mapa “permita ajudar a escolher a localização de futuras missões e ainda onde construir uma base de pesquisa lunar.”

Na Europa, também surgiram reações. Carolyn van der Bogert, uma geóloga planetária na Universidade de Münster na Alemanha, diz que ficou “impressionada com a quantidade de trabalho” que os colegas chineses dedicaram à compilação do novo atlas. “Estamos ansiosos para poder interagir com o mapa de uma forma muito detalhada”, disse a geóloga alemã.

O atlas está disponível em mandarim e inglês, e foi desenvolvido através de dados do programa de exploração lunar da China, relacionado com a missão Chang’e-1 (sonda espacial), que mapeou a superfície lunar em órbita entre 2007 e 2009. “A câmara do Chang’e-1 conduziu a observação da topografia lunar e das estruturas geológicas, enquanto que o espectrómetro de imagem desempenhou um papel fundamental na identificação de diferentes tipos de rochas”, explicou Jianzhong Liu.

Mais tarde, as missões do Chang’e-3 e Chang’e-4 em 2013 e 2019, respetivamente, ajudaram a verificar a precisão dos dados do Chang’e-1.

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