China e Hungria reforçam cooperação económica em visita de Xi a Budapeste

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Xi e o Orbán mantiveram conversações em Budapeste como parte da última paragem do líder chinês numa viagem europeia de cinco dias, que também passou pela Sérvia e por França.

Durante uma conferência de imprensa após as conversações, Orbán elogiou a "amizade contínua e ininterrupta" entre os dois países desde o início do seu mandato em 2010, e prometeu que a Hungria continuaria a acolher mais investimentos chineses.

"Gostaria de assegurar ao Presidente [da China] que a Hungria continuará a proporcionar condições justas às empresas chinesas que investem no nosso país e que criaremos oportunidades para que as mais modernas tecnologias ocidentais e as mais modernas tecnologias orientais se encontrem e construam uma cooperação na Hungria", declarou Orbán.

Em dezembro, a Hungria anunciou que um dos maiores fabricantes mundiais de veículos elétricos, a chinesa BYD, abrirá a sua primeira fábrica europeia no sul do país -- uma incursão que poderá prejudicar a competitividade da indústria automóvel do continente.

A Hungria também acolhe várias fábricas chinesas de baterias e espera tornar-se num centro global de produção de baterias de lítio.

Ao mesmo tempo, empreendeu um projeto ferroviário que é parte da iniciativa "uma faixa, uma rota", ligando a Hungria ao porto de Pireu, controlado pela China na Grécia, como ponto de entrada de produtos chineses na Europa Central e de Leste.

Xi sustentou hoje que a iniciativa "uma faixa, uma rota" é "altamente consistente com a estratégia da Hungria de abertura ao Oriente" e que a China apoia Budapeste no desempenho de um papel de protagonismo no âmbito da da promoção das relações com os 27.

"A China aprecia o firme compromisso da Hungria com a política de 'Uma só China' e continuará a apoiar a Hungria no seu desenvolvimento económico", destacou Xi Jinping, mencionando projetos como o comboio que ligará Budapeste a Belgrado e que será realizado através de investimento chinês.

Por outro lado, expressou a sua esperança de que a Hungria promova as relações entre a China e a União Europeia quando Budapeste assumir a presidência do Conselho dos 27 a partir de julho.

As autoridades húngaras e chinesas concluíram um acordo de parceria estratégica e assinaram outros 18 acordos e memorandos de entendimento, mas nenhum investimento importante foi anunciado na conferência de imprensa.

No entanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Péter Szijjártó, disse mais tarde num vídeo na rede Facebook que tinham tido início discussões sobre o desenvolvimento, por parte da China, de um ramal ferroviário de carga de Budapeste e de uma ligação de caminhos de ferro entre a capital húngara e o aeroporto Ferihegy de Budapeste.

Orbán, um líder populista nacionalista que procura laços mais profundos com Pequim, ao mesmo tempo que se distancia dos seus parceiros na União Europeia, observou na conferência de imprensa que três quartos dos investimentos na Hungria no ano passado foram provenientes da China, e falou do papel de Pequim na mudança no equilíbrio de poder do mundo.

"Olhando para trás, para a economia e comércio mundiais de há 20 anos, não se parece em nada com o que vivemos hoje", disse Orbán, acrescentando: "Naquela época, vivíamos num único mundo polar e agora vivemos num ordem mundial multipolar, e uma das principais colunas desta nova ordem mundial é a China".

Orbán disse ainda que a Hungria procurará expandir a cooperação económica com a China no domínio da energia nuclear, ao mesmo tempo que está atualmente a trabalhar com a Rússia na adição de um reator à sua central de Paks, que deverá estar operacional até ao final da década.

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