China sanciona empresa dos EUA e dois indivíduos por ingerência em Xinjiang

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Os alvos são a empresa de informações e dados norte-americana Kharon, o respetivo diretor de investigação, Edmund Xu, e a antiga investigadora do Centro de Estudos de Defesa Nacional dos Estados Unidos Nicole Morgret.

A China proibirá a entrada no país de Xu e Morgret e congelará os bens móveis e imóveis da empresa e de ambos na China, segundo a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning.

Nos últimos anos, a Kharon produziu relatórios que alegam a existência de trabalho forçado nalgumas indústrias da região noroeste da China, estrategicamente importante, rica em recursos energéticos e onde vivem os uigures e outras etnias muçulmanas.

Washington anunciou este mês a inclusão de três empresas chinesas na lista de entidades sancionadas pela Lei de Prevenção do Trabalho Forçado dos Uigures, que já afetou 30 empresas desde que o Presidente Joe Biden a promulgou em 2021.

A lei proíbe a importação para os Estados Unidos de bens produzidos em Xinjiang ou por entidades sancionadas, a menos que agências como os serviços aduaneiros certifiquem que não foram produzidos com trabalho forçado.

Numa conferência de imprensa, Mao Ning acusou Washington de "inventar e difundir uma falsa narrativa sobre Xinjiang", segundo a agência espanhola EFE.

Mao disse que Washington usa "o pretexto de alegados problemas de direitos humanos em Xinjiang para impor sanções ilegais contra empresas e funcionários chineses", numa violação do direito internacional.

Acusou a Kharon de recolher há muito tempo "informações sensíveis sobre Xinjiang" e de fornecer provas para "sanções ilegais" dos Estados Unidos.

Acrescentou que Pequim já apresentou uma queixa formal contra os Estados Unidos e insistiu que Washington deve "deixar de caluniar e difamar a China".

Sob o pretexto de lutar contra o terrorismo jihadista, a China tem detido um grande número de uigures e de outras minorias desde a última década.

Algumas fontes afirmam que as detenções atingirão um milhão de pessoas, que serão levadas para campos de internamento construídos para o efeito.

Pequim começou por negar a existência dessas prisões, mas depois alegou que se trata de "centros de formação profissional", enquanto vozes críticas na comunidade internacional as consideram campos de reeducação.

Os uigures são muçulmanos que habitam predominantemente Xinjiang, uma região autónoma como o Tibete, que faz fronteira com o Paquistão e o Afeganistão.

Os uigures, povo nómada de origem turca, consideram-se culturalmente e etnicamente mais ligados à Ásia Central do que ao resto da China.

Pequim acusa militantes uigures de terem ligações a grupos terroristas como a Al-Qaida e de estarem envolvidos numa campanha violenta pela independência da região.

No início do século XX, os uigures chegaram a declarar brevemente a independência da região, que acabou por ficar sob o controlo do novo governo comunista da China em 1949.

Xinjiang produz cerca de um quinto do algodão mundial e é também rica em petróleo e gás natural, segundo a televisão britânica BBC.

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