Cimeira da Biodiversidade termina sem compromisso entre Estados

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Após uma longa noite de consultas entre países, a presidência colombiana da cimeira da ONU apresentou um texto de compromisso na manhã de hoje, 12.º e último dia da maior conferência internacional sobre a natureza, em Cali.

O resultado da COP16 Biodiversidade, que é crucial para travar a destruição dos organismos vivos, ficou em suspenso, numa batalha final e altamente incerta entre o norte e o sul sobre o financiamento da proteção da natureza.

O compromisso propõe que se continue a discutir até 2026, na COP17, na Arménia, a forma de atingir o objetivo de 200 mil milhões de dólares por ano de despesas globais para salvar a natureza até 2030.

Deste valor, os países ricos devem contribuir com 30 mil milhões. Em 2022, eram cerca de 15 mil milhões, de acordo com a OCDE.

Os países em desenvolvimento, em particular o grupo africano, pedem um novo fundo multilateral para substituir o atual, que consideram inadequado e injusto.

Para evitar um fiasco total na cimeira, a presidência colombiana propôs o lançamento de um "processo intersessional" de negociações para abrir caminho à criação deste novo fundo.

"Estamos totalmente desiludidos. Não há criação de um fundo dedicado à biodiversidade, não há medidas fortes para pressionar os países desenvolvidos a respeitarem os seus compromissos", disse à AFP Daniel Mukubi, negociador da República Democrática do Congo.

Um negociador europeu, que falou sob condição de anonimato, também alertou para um "grande confronto que se avizinha" sobre a questão do fundo.

Em segundo plano, todos estes intervenientes se preparam para travar novamente a mesma batalha, mas por um valor dez vezes superior, na conferência sobre o clima COP29, em Baku, no Azerbaijão, a partir de 11 de novembro.

Em Cali, o braço de ferro diz respeito ao financiamento do acordo de Kunming-Montreal, adotado há dois anos pelos 196 países membros da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB).

Este acordo exige que 30% da terra e do mar sejam colocados em zonas protegidas até 2030 e que os riscos dos pesticidas sejam reduzidos para metade.

A missão da COP16 era reforçar os tímidos esforços do mundo para aplicar estes grandes objetivos, destinados a salvar o planeta e os seres vivos da desflorestação, da sobre-exploração, das alterações climáticas e da poluição, todas causadas pelo homem.

A seis anos do final do acordo, 44 dos 196 países definiram as suas estratégias nacionais de aplicação do acordo, que estão mais ou menos em dia, e 119 apresentaram compromissos sobre todos ou alguns dos objetivos, segundo a contagem oficial de hoje.

A conferência realizou-se com uma mobilização maciça de polícias e soldados, na sequência de ameaças de um grupo guerrilheiro colombiano na região, mas sem incidentes registados.

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