Cimeira do Mercosul no Paraguai recebe entrada da Bolívia

2 meses atrás 100

O presidente brasileiro chega a Assunção esta segunda-feira e tem marcada uma visita oficial à Bolívia para encontrar-se com o seu homólogo Luis Arce.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, visita Assunção, no Paraguai, a partir desta segunda-feira, onde participará da 64ª Cimeira de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados. No dia 9, terça-feira, o presidente segue para Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, para visita oficial e encontro bilateral com o presidente Luis Arce.

O Mercosul foi criado há 33 anos, pelo Tratado de Assunção e, de acordo ao Protocolo de Ouro Preto, a presidência do bloco é exercida pelos Estados em regime de rotatividade e em ordem alfabética, por seis meses. Na cimeira, o presidente do Paraguai, Santiago Peña, passará a presidência do bloco ao presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou.

“Durante a presidência do Paraguai, houve 14 reuniões ministeriais em várias áreas, com temas voltados para educação, saúde, justiça, trabalho, cultura, direitos humanos, meio ambiente, turismo, desenvolvimento social, população indígena. Entre as medidas tomadas, também está a criação de comités, sendo um dos mais importantes o de áreas de controlo integrado nas fronteiras”, refere o gabinete de Lula da Silva em nota oficial.

“Esses comités são onde se decidem as coisas mais concretas. É importante para a região equacionar a questão das fronteiras. Vamos sentar e conversar”, disse a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, citada pelo comunicado.

A embaixadora disse que um dos principais temas da cimeira é a possibilidade concreta da entrada da Bolívia no bloco. “A expectativa do próprio país é que o presidente Arce chegue ao evento com a ratificação. Eu acho que esse é um grande momento para o Mercosul, ver ampliada a participação com o ingresso de um país tão relevante para o Brasil como é a Bolívia”, explicou.

O bloco económico – com que a União Europeia não consegue entender-se apesar de o tentar há duas décadas – atualmente representa o equivalente à 7ª maior economia mundial, com PIB de 2,86 biliões de dólares, e engloba 67% do território da América do Sul. Em 2023, o Brasil exportou US23,56 mil milhões de dólares para o bloco e importou 17,09 mil milhões, com superávit de quase 6,5 mil milhões. “A maior parte das exportações brasileiras foi composta por produtos manufaturados, e as principais mercadorias comercializadas entre os membros do bloco são automóveis, peças automotivas, energia e soja”.

O Brasil deve assinar também um convénio com o Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (FONPLATA), entidade que apoia técnica e financeiramente a realização de estudos, projetos, programas, obras e iniciativas que promovam o desenvolvimento e a integração física dos países membros da Bacia do Prata: Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai.

A embaixadora realçou que o convénio tem o intuito de aproveitar a expertise do Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (FOCEM), fundo de obras que auxilia o bloco a trabalhar para reduzir as assimetrias entre os países, tanto em cooperação técnica, como em conseguir empréstimos a taxas favoráveis. “É importante ouvir a sociedade, o que ela espera do Mercosul. Se o projeto não for incorporado pela sociedade brasileira, ele tem pouco valor e, por isso, devemos estimular a participação social. Já indicámos ao Uruguai que contribuiremos e estamos abertos a oferecer qualquer tipo de ajuda, porque temos interesse em retomar as cimeiras sociais do bloco, que ocorriam até 2016”.

Ler artigo completo