Coates: «Decisão de sair do Sporting foi das mais difíceis da minha vida»

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Seba Coates diz que sair do Sporting foi a decisão mais difícil da sua vida. Em entrevista ao jornal Sporting, o antigo capitão dos leões, de regresso ao Nacional Montevideo, fala num clube «especial» onde em oito anos conquistou outros tantos títulos (2 campeonatos, uma Taça de Portugal, uma Supertaça e 4 Taças da Liga).

Uma entrevista feita ainda no balneário do Estádio de Alvalade e antes da homenagem que lhe está a ser preparada para a noite do Troféu Cinco Violinos em que vai ter a oportunidade de despedir-se, por uma última vez, dos adeptos.

«Nunca tinha estado num clube onde o objetivo maior foi falhado durante quase vinte anos e os adeptos sempre nos apoiaram e acreditaram nas equipas. Não há muitos lugares onde se veja isso», destaca o central de 33 anos.

Coates chegou ao Sporting em 2016 e, agora, admite, não esperava ficar tanto anos. «Não. O futebol, hoje, é muito dinâmica e é muito difícil pensar muito mais à frente. Há que viver o dia-a-dia e foi assim que pensei quando cheguei. Queria cumprir os objetivos do clube e aproveitar enquanto estava cá. Fui ganhando carinho pelo clube», recorda.

Seguiram-se 369 jogos, nos quais marcou 37 golos, mas há jogos mais especiais do que outros. «O que me falam sempre e que tem, claro, significado para mim é o do Gil Vicente, fora [em 2021]. Pelo que significava esse jogo para mim, pelas coisas que se estavam a passar a nível pessoal, mas também porque estávamos a perder e muito perto de conseguir o nosso objetivo. Consegui ajudar a equipa com um papel que normalmente não tinha [marcando dois golos]», destaca.

O momento mais difícil também não foi difícil de apontar. Um jogo com o Rio Ave, em 2019/20, em que lhe foram assinalados três penáltis. «A nível pessoal, sim, mas como grupo foi a final da Taça de Portugal contra o Desportivo das Aves [em 2017/18] por muita coisa que tinha acontecido. Merecíamos ganhar essa Taça», lembra.

Quanto ao melhor dos 37 golos que marcou. «O mais bonito não sei, porque são quase todos parecidos [risos]. Lembro-me do golo contra o FC porto em Alvalade [2017/18] e também do que marquei contra o Santa Clara já depois dos 90 minutos [202/21]. Podem ser esses dois», aponta.

Na última temporada, Coates ultrapassou Anderson Polga e passou a ser o estrangeiro com mais jogos ao serviço do Sporting, o que lhe valeu uma homenagem especial em Alvalade. «Já estava com a roupa para treinar e tudo porque tínhamos treino aqui em Alvalade. Achei estranho não estar ninguém no balneário. Quando subi foi uma das coisas mais bonitas que vivi aqui. Estavam figuras do Sporting, os meus companheiros, a minha família e muita gente que está no dia-a-dia connosco», recorda.

A decisão de sair não foi nada fácil, mas foi ponderada. «Sim, sem dúvida. Por muita coisa. Já falei dos meus filhos e dos que eles vivem di-a-dia cá. Ainda nãi viveram tempo suficiente no Uruguai, como viveram aqui. Tenho família e amigos lá. De certa forma, é o fechar de um ciclo. O dia em que tomei a decisão foi um dos mais difíceis da minha vida, sem dúvida. Tenho muitas coisas aqui, passei muitos anos no clube, conheço-o. No entanto, quando tomo uma decisão, seja correta ou não, faço o que acredito que seja melhor para a minha vida e para a minha carreira. Por muito que me custe, acho que é a decisão correta», referiu.

Agora, no próximo sábado, no Troféu Cinco Violinos, frente aos bascos do Athletic Bilbao, Seba Coates vai estar, por uma última vez, no balneário do Sporting. «É difícil por tudo o que vivi aqui, no clube e neste balneário. Conquistas, não-conquistas, diferentes colegas de equipa e treinadores. É muito difícil e vai custar-me muito. Vai ser difícil para mim e para a minha família, mas tudo tem, infelizmente, um fim. Para mim, tive o melhor final, ao ser campeão», destacou ainda.

A fechar a entrevista, Coates respondeu ainda a um conjunto de perguntas rápidas, entre as quais,  elegeu o Dragão como o estádio que mais gostou de visitar e também elegeu o melhor onze com quem jogou no Sporting. A resposta do capitão: «Antonio Adán; Luís Neto, Sebatián Coates, Gonçalo Inácio, Ricardo Esgaio/Pedro Porro, Manuel Ugarte, João Palhinha, Nuno Mendes, Bruno Fernandes, Pedro Gonçalves e Paulinho».

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