Combatentes pró-Kyiv pedem que civis deixem cidades fronteiriças russas

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"Somos forçados a atacar posições militares estacionadas nas cidades de Belgorod e Kursk. Para evitar vítimas civis, apelamos a todos para que abandonem imediatamente estas cidades", afirmaram três unidades de combate pró-Kyiv -- Çegião Liberdade para a Rússia, Corpo de Voluntários Russos e Batalhão Siberiano -- na rede social Telegram.

Esta declaração surge um dia depois das incursões nas regiões fronteiriças de Belgorod e Kursk, reivindicadas por estas unidades e que o Ministério da Defesa russo afirmou terem sido repelidas.

Terça-feira, o Ministério da Defesa russo afirmou que as forças militares e de segurança de Moscovo mataram 234 combatentes, enquanto impediam uma incursão armada na região fronteiriça envolvendo oito centros urbanos, sobretudo nas cidades de Belgorod e Kursk, reivindicada por opositores russos do Kremlin na Ucrânia.

Num comunicado, o ministério atribuiu o ataque ao "regime de Kyiv" e às "formações terroristas da Ucrânia", insistindo que as forças militares e fronteiriças russas conseguiram deter os atacantes e evitar um ataque transfronteiriço. O governo russo acrescentou que os atacantes perderam sete tanques e cinco veículos blindados.

No entanto, Kyiv não comentou as declarações de Moscovo.

Uma incursão armada, reivindicada por opositores russos do Kremlin na Ucrânia, agitou a região fronteiriça a poucos dias das eleições presidenciais russas, segundo as autoridades.

O ataque terrestre transfronteiriço enfraqueceu o argumento do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, que a vida naquele país não foi afetada pela guerra, apesar de continuar a ser quase certo que ganhará outro mandato de seis anos, depois de eliminar toda a oposição, refere a agência norte-americana AP.

Os relatos de combates na fronteira são obscuros, sendo impossível determinar com certeza o que se estava a passar nas regiões russas de Kursk e Belgorod.

Militares, que as autoridades de Kyiv dizem ser voluntários russos a lutar pela Ucrânia, afirmaram ter atravessado a fronteira.

A Legião da Liberdade da Rússia, o Corpo de Voluntários Russos e o Batalhão Siberiano divulgaram declarações e vídeos nas redes sociais que os mostram em território russo e diziam querer "uma Rússia libertada da ditadura de Putin".

A autenticidade dos vídeos não pôde ser verificada de forma independente.

De acordo com o governador da região russa de Kursk, Roman Starovoit, os combatentes que saíram da Ucrânia tentaram chegar à cidade de Tetkino, que fica perto da fronteira. Segundo o mesmo responsável, Tetkino estava a ser bombardeada.

O representante da agência de inteligência da Ucrânia, Andrii Yusov, disse ao Ukrainska Pravda que os grupos militares são compostos por cidadãos russos.

"No território da Federação Russa, eles operam de forma completamente autónoma e independente", acrescentou.

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