Cometa do Século estará visível 10 dias no hemisfério Norte

Chama-se Cometa do Século, tecnicamente C/2023 A3 Tsuchinshan – ATLAS, e veio da nuvem de Oort. Foi descoberto pelo Observatório da Montanha Púrpura em 9 de janeiro de 2023 e encontrado independentemente pelo ATLAS África do Sul em 22 de fevereiro de 2023. Poderá ser visto da Terra em todo o hemisfério Norte, a partir da noite deste sábado (12).

Uma viagem que começou há milhões de anos

O Sistema de Último Alerta de Impacto Terrestre de Asteroides (ATLAS) detetou em imagens captadas em 22 de fevereiro de 2023 o corpo celeste com magnitude estimada de 18,1, quando o cometa estava a cerca de 7,3 UA (1,09 mil milhões de km) do Sol.

Após os primeiros cálculos de órbita, percebeu-se que se tratava do mesmo objeto de magnitude 18,7 relatado ao Minor Planet Center pelo Observatório da Montanha Púrpura e que havia sido detetado em imagens obtidas em 9 de janeiro de 2023.

Conforme referido, a pequena rocha e gelo foi descoberta pelo Observatório da Montanha Púrpura da China (Tsuchinshan), de onde vem a primeira metade do seu nome. A segunda parte faz referência ao telescópio do programa sul-africano ATLAS, que permitiu a confirmação da sua existência.

Será visível a olho nu

Segundo os observatórios, este objeto celeste começou a ser visível a olho nu no hemisfério Sul desde 27 de setembro. O C/2023 A3, a sua nomenclatura oficial, foi visto novamente na noite desta sexta-feira, 11 de outubro.

Entretanto, não pudemos observá-lo quando estava entre a Terra e o Sol, quando ele correu o risco de desaparecer, afetado pela tempestade solar que atingiu a Terra na quinta-feira, provocando a aurora boreal.

Disse Eric Lagadec, astrofísico do Observatório da Côte d'Azur (sul da França).

Quando os cometas se aproximam da nossa estrela, o gelo contido no seu núcleo sublima (passando do estado sólido para o gasoso) e libertam um longo rastro de poeira, refletindo a luz solar.

Explicou o especialista.

Contudo, o Cometa do Século está visível a partir deste sábado. 12 de outubro, em todo o hemisfério Norte, Tsuchinshan-ATLAS ficará visível “um pouco mais alto” no céu todas as noites. Segundo Lagadec, para observar o fenómeno é preciso olhar para o Ocidente “durante os próximos dez dias”. Contudo, a cada dia ele vai diminuir um pouco de brilho, à medida que se afasta do Sol.

A menos que encontre obstáculos no seu percurso que modifiquem a sua trajetória, Tsuchinshan-ATLAS segue uma órbita que não deverá aproximá-lo da Terra durante 80.000 anos.