A decisão da CEC foi adotada por sete votos a favor e um contra, numa reunião transmitida em direto pelo gabinete de imprensa do organismo.
"A comissão rejeitou a solicitação do bloco Victorie baseando-se em falhas detetadas na documentação apresentada", anunciou o presidente da CEC, Pavel Postica.
A autoridade eleitoral acrescentou que a sua decisão pode ser contestada nos tribunais.
"Esta decisão apenas significa uma violação da Constituição e do direito", reagiu o deputado do Victorie Alexandr Nesterovschi, após o anúncio da decisão da CEC.
Segundo o legislador, a decisão "demonstra o desejo do governante Partido de Ação de Solidariedade [PAS] de se manter no poder a qualquer preço, mesmo que isso signifique violar os princípios e as leis democráticas".
O bloco opositor foi formado em Moscovo em abril passado por iniciativa de Ilan Shor -- um oligarca perseguido pela justiça moldava --, no decurso de um congresso de deputados moldavos.
No conclave, que decorreu na capital russa, também estiveram representantes dos partidos Chance e Renascimento, para além de atuais deputados e Yevgenia Gutsul, líder da Autonomia da Gagaúzia, uma região semi-autónoma desta ex-república soviética.
O bloco defende um reforço das relações com o Kremlin e com a União Económica Euro-Asiática, liderada pela Rússia.
Ilan Shor, cujo partido com o mesmo nome foi ilegalizado pelas autoridades moldovas, assegurou que o bloco representa a alternativa da amizade e cooperação com a Rússia, um "parceiro histórico", face ao "bando de usurpadores" que dirige a União Europeia (UE).
O empresário, condenado a 15 anos de prisão após ser acusado pelo desvio de mil milhões de dólares (915 milhões de euros) do sistema bancário moldovo e lavagem de dinheiro, partilha a liderança do bloco com Gutsul.
"Apoia a adesão da Moldova à União Europeia?", será a pergunta apresentada aos moldavos no referendo de outubro proposto pelo PAS, liderado pela Presidente moldava Maia Sandu.
A aproximação à UE iniciou-se com a chegada de Sandu à presidência em 2020, reforçou-se com a maioria absoluta do seu partido nas eleições legislativas de 2021, e aprofundou-se com o apoio da Moldova à Ucrânia desde o início da intervenção militar russa em 2022.
A confirmação definitiva consistiu na decisão de Bruxelas, anunciada em dezembro passado, de iniciar negociações de adesão com a Moldova e a Ucrânia.
Nos últimos anos o Governo moldovo também tem tentado contrariar a influência russa na política e na sociedade moldovas através da ilegalização do partido Shor e de fortes restrição na difusão dos 'media' considerados próximos do Kremlin.
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