O Benfica divulgou, esta sexta-feira, os resultados da Auditoria Forense, que, segundo Relatório e Contas de setembro de 2023, já estava concluída naquela altura. Ora, segundo o extenso documento, elaborado pela empresa Ernst & Young, a SAD encarnada não foi «diretamente lesada por qualquer um dos seus representantes», porém, as mesmas conclusões, encontraram cerca de duas centenas de «irregularidades e/ou particularidades» só em 51 transferências, realizadas entre 07/08 e 22/23, com Luís Filipe Vieira como presidente. Antes de se olhar para as tais irregularidades e para as 51 transferências analisadas, é importante fazer um ponto prévio. Logo no arranque da auditoria, a empresa responsável escreve que todas as análises foram feitas com base apenas em documentos disponibilizados pelo próprio Benfica e que, muitas vezes, esses documentos nem eram originais, mas sim cópias. Além disso, é ainda dito que, no que diz respeito a desempenhos e avaliações dos mesmos jogadores, o auditor utilizou dados de sites externos como transfermarket ou o zerozero. Olhando então para as conclusões. O documento analisa 51 transferências, explicando que, o ponto de partida era de apenas três: César Martins, Claudio Correa e Derlís González. Posteriormente, com o evoluir das suspeitas e da operação «Cartão Vermelho», chegou-se ao número 51. @SL Benfica Em cima foi ainda falada da questão de uma offshore. Pois bem, segundo a auditoria, dez das empresas que se envolveram em algumas das transferências investigadas tinham sede em paraísos ficais: no Dubai, Malta, Chipre e Panamá. Isto, não sendo ilegal, impossibilita a confirmação de valores, intermediários e destino de verbas. Depois, a questão da «falta de assinaturas«. Aqui, o auditor estranha que, apesar dos contratos investigados estarem registados normalmente na SAD, a maioria deles não está assinado por dois administradores, conforme exigido nos estatutos. Alguns têm apenas uma assinatura e, num caso, o contrato não tem qualquer assinatura. Nota ainda para a ligação entre os administradores da SAD que, segundo o documento, era estreita. Nenhuma das transferências e dos pagamentos era fechada sem a palavra final de Luís Filipe Vieira. Depois, há vários casos «estranhos» e de «conflito de interesses»: Haveriam muitas outras situações passíveis de serem referidas, mas regem-se todas por este tipo de moldes. Para finalizar, convém dizer que a Ernst & Young garante que, no meio disto tudo, entre compras e vendas, o Benfica não só «não foi lesado», com ainda fez um lucro de 97 milhões. Veremos o que diz o Ministério Público. Nota ainda para o facto de Rui Costa só ter sido referido uma vez, quando o auditor escreve que «partilhou o relatório» com o dirigente.Comissões marcam relatório