Como o desemprego nos EUA e os juros no Japão causaram um ‘sell-off’ à escala global?

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Os números do emprego na economia norte-americana desiludiram os mercados e geraram receios de recessão, ao passo que a subida das taxas de juro do Bank of Japan fizeram cair o investimento em ações, um pouco por todo o mundo. Em causa está o impacto que se sentiu no “carry trade”, entre outros fatores.

Os mercados bolsistas registaram um sell-off acentuado na passada segunda-feira, em face de suspeitas de que a economia norte-americana pode estar a caminho de enfrentar uma recessão. Um abalo que ainda pode gerar réplicas futuras, receiam analistas.

Com o desemprego nos EUA a atingir números mais elevados do que se esperava (divulgados na passada sexta-feira), os receios dos mercados dispararam, gerando fortes quedas nas bolsas. Em causa está a ideia de que as empresas norte-americanas estão finalmente a perder força, de forma acentuada, como consequência das elevadas taxas de juro da Fed.

Em simultâneo, o chamado carry trade viu-se fortemente afetado. O conceito é usado quando se dá uma situação em que os investidores contraem crédito de economias com baixas taxas de juro  para financiar investimentos em bens ou ações de outros países e com yields mais altas.

Neste caso, os investidores endividavam-se no Japão, pedindo crédito em ienes, em virtude dos juros a 0%. Porém, a subida das taxas de juro por parte do Bank of Japan, em 25 pontos base, para os 0,25%, na semana passada, fez tremer os mercados um pouco por todo o mundo. Isto porque, depois de oito anos de taxas negativas, interrompidas em março, as taxas voltam a ser positivas, dificultando os pedidos de crédito naquela divisa.

Ora, aquele crédito estava a ser essencial para muitos investidores financiarem os seus investimentos em ações, pelo que este foi também um fator a contribuir para o clima de insegurança. Dito isto, a volatilidade parece ter chegado para se manter.

“Esperamos que a liquidação continue por talvez mais alguns dias, já que normalmente essas… negociações são muito grandes”, referiu o líder de estratégias de diversificação da TIFF Investment Management, Zhe Shen, ouvido pela “Reuters”.

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