Compra de ações CTT "a mando" do BE? "PSD rasgou vestes em praça pública"

8 meses atrás 97

O líder do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, reagiu, esta quarta-feira, às notícias que dão conta da compra de ações dos CTT pela Parpública por ordem do Governo para satisfazer alegadas exigências dos bloquistas para viabilizar o Orçamento do Estado para 2021, atirando contra o Partido Social Democrata (PSD), afirmando que o partido "veio rasgar as vestes em praça pública".

"Como funcionam as notícias falsas: alguém inventa que o Governo comprou ações dos CTT a mando do Bloco, em nome da aprovação do Orçamento do Estado de 2021. O PSD, em vez de verificar que o BE votou CONTRA o Orçamento de 2021 e que a notícia era FALSA, veio rasgar as vestes em praça pública", acusou Pedro Filipe Soares numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

O representante bloquista salientou ainda que o BE considerou que "a privatização dos CTT foi ruinosa e sempre defendeu a sua nacionalização".

No entanto, o Governo não aceitou os termos do BE, de desmascarar "a descapitalização da empresa feita pelos privados em vez de lhes pagar pelo abuso".

O Bloco de Esquerda sempre disse que a privatização dos CTT foi ruinosa e sempre defendeu a sua nacionalização, mas o Governo sempre rejeitou os termos em que o queríamos fazer: desmascarando a descapitalização da empresa feita pelos privados em vez de lhes pagar pelo abuso!

— Pedro Filipe Soares (@PedroFgSoares) January 3, 2024

Anteriormente, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, já tinha dito que "não tinha conhecimento desta operação de compra".

"Está a dizer-me uma novidade: que é uma promessa que tinham feito ao Bloco de Esquerda. Eu própria não sabia", assegurou, quando questionada sobre o assunto.

O Jornal Económico noticiou hoje que a Parpública comprou ações dos CTT por ordem do Governo e que a 'holding' do setor empresarial do Estado mantém participação "secreta" nos CTT, que nunca foi comunicada ao mercado, nem referida nos relatórios anuais.

Segundo o jornal, a compra teve lugar após exigências do Bloco para viabilizar o Orçamento do Estado para 2021.

De recordar que, ao que tudo indica, o anterior Governo, sem o divulgar, instruiu a Parpública a comprar ações dos CTT através de um despacho do então ministro das Finanças, João Leão.

Já o jornal ECO acrescentou que a Parpública tem uma "posição residual" de cerca de 0,25% no capital dos CTT, que corresponderá a menos de 380 mil ações.

"Apesar de a empresa do Estado nunca ter revelado a compra de ações dos Correios, o ECO apurou que a participação nos CTT é uma das incluídas no Relatório e Contas de 2021, no quadro dedicado a 'Outras participações financeiras', com a indicação 'Outros' - avaliada, a 31 de dezembro desse ano, em 1,73 milhões de euros", referiu o ECO.

De recordar que os CTT foram privatizados entre 2013 e 2014 pela governação PSD/CDS-PP em período de assistência financeira externa a Portugal.

Leia Também: Ações CTT? IL quer "clarificação" sobre se Parpública serviu "interesses"

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