Comunidade israelita pede apoio contra antissemitismo a Governo português

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Médio Oriente

07 out, 2024 - 22:38 • Filipa Ribeiro

Comunidade Israelita de Lisboa recebeu deputados e ministro dos Negócios Estrangeiros para cerimónia em memória das vítimas de 7 de outubro.Pede mais apoio político e deixa críticas à posição de António Guterres enquanto secretário-geral da ONU.

Cerimónia em memória das vítimas de 7 de Outubro
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Um ano depois do início do conflito entre Israel e o Hamas, o ministro dos Negócios Estrangeiros e vários deputados sentaram-se esta segunda feira na Sinagoga Shaaré Tikvá, em Lisboa, para uma cerimónia em memória das vítimas da guerra. Num ambiente pesado e triste, entre os testemunhos e vítimas recordadas foram deixadas várias mensagens ao governo português.

O embaixador designado de Israel em Portugal, Oren Rosenblat, falou diretamente para Paulo Rangel para pedir mais apoio político ao governo português. "É o momento de mostrar solidariedade com Israel e que não há lugar no mundo e em Portugal para o antissemitismo", disse.

Com a presença de cerca de 300 pessoas, o embaixador designado apelidou de "bárbaros e terroristas" os membros do Hamas que invadiram Israel há um ano e deixou a garantia: "não vamos descansar enquanto não resgatarmos todos os nossos reféns".

 só em nove dias não morreu nenhum palestiniano

Oren Rosenblat apelou também ao governo português para que atue pela libertação de todos os reféns , recordando que há portugueses entre as vítimas como o caso de Idan Shtivi - lusodescendente que foi confirmado esta segunda feira como uma das vítimas. De acordo com o embaixador designado, a mãe de Isan "veio três vezes a Portugal e esteve com o Presidente da República. "Fez tudo o que podia. È muito triste", disse.

Também o representante da comunidade israelita de Lisboa, David Botelho, realçou a importância de que se libertem os mais de 100 reféns detidos pelo Hamas. O responsável pela comunidade defendeu que o "negócio do terrorismo tem o patrocínio de verbas de estados-membro das Nações Unidas". David Botelho realça que "as verbas são utilizadas para fins a que não se destinam. Não para a construção de hospitais e escolas, mas para matar, violar, hostilizar, criar medo e terror".

Perante, todos os políticos e representantes do Governo, David Botelho criticou ainda o discurso que considera "Israel o agressor". Neste ponto, reforçou as críticas ao secretário-geral da ONU, António Guterres que condenou o escalar de violência no Médio Oriente. "O viés é tão grande, tão profundo que Israel de agredido passou a agressor. É incompreensível, inaceitável e insuportável e todos estes sentimentos são agravados quando o responsável máximo da ONU é tão pronto a condenar Israel e tão ligeiro a condenar quem ataca Israel".

“Houve um abandono político desta zona.” Como o kibutz Be’eri recupera do trauma de 7 de outubro

Na opinião do representante da comunidade israelita em Lisboa, os "dois pesos e duas medidas de forma tépida e descafeinada em condenar quem ataca e de responsabilizar quem é atacado tem de merecer reparo público" referindo-se a António Guterres.

Na cerimónia de quase uma hora, foram ainda recordados dezenas de nomes de crianças e adolescentes que morreram na guerra e transmitido o testemunho de uma jovem que sobreviveu ao 7 de Outubro de 2023, quando o festival em que estava foi invadido pelo Hamas.

Num dia excepcional na Sinagoga, mulheres e homens sentaram-se sem cumprir as regras do piso de baixo e de cima e a Sinagoga abriu portas a um número maior que o suposto de participantes. Tudo para que os pedidos de apoio ao Governo português fossem reforçados pela comunidade que não compreende quem define Israel como agressor.

Quem levou a nota de todos os pedidos para o executivo foi o ministro ds Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, que entrou e saiu da Sinagoga em silêncio.

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