A instalação do Museu Nacional da Música no Palácio Nacional de Mafra já tinha sido alvo de concurso, no final de maio, mas o júri decidiu, por unanimidade, excluir as duas propostas concorrentes e avançar com um novo procedimento, dividido em três lotes, refere a deliberação a que a agência Lusa teve hoje acesso.
A decisão tem em conta "um conjunto de considerandos acerca da necessidade de proceder à instalação de museografia", especificando que a intervenção passará por aquisição de construções de museografia, grafismos, iluminação, equipamentos de controlo de temperatura e humidade, cortinas, tapetes, equipamentos de apoio à exposição, equipamentos para controlo lumínico de janelas, mobiliário diverso, materiais de apoio ao laboratório, equipamentos multimédia e respetivos conteúdos de apoio à exposição".
Assim, o concurso será lançado em três lotes com as especialidades de museografia, multimédia e equipamentos, com o preço contratual base de, respetivamente, 866.572,20 euros, 329.764 euros e 195.877,93 euros.
As intervenções no Palácio Nacional de Mafra são financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que tem previsto um financiamento total de cerca de 13 milhões para o monumento.
A autarquia lançou já concursos de 5,8 milhões de euros para obras de restauro e conservação da biblioteca, basílica, envolvente e claustros do Palácio Nacional de Mafra.
O património mais importante do Palácio Nacional de Mafra é composto pelo maior conjunto sineiro do mundo, com dois carrilhões e 119 sinos, repartidos por sinos das horas, da liturgia e dos carrilhões, seis órgãos históricos e a biblioteca.
O monumento vai também albergar o Museu Nacional da Música, com uma das mais ricas coleções da Europa de instrumentos musicais, com um acervo composto por mil instrumentos dos séculos XVI ao XX, de tradição erudita e popular.
Destacam-se o cravo Taskin, construído em 1782 a pedido do rei Luís XVI de França, o violoncelo Stradivarius, que pertenceu ao rei Luís [de Portugal], o piano que foi usado pelo compositor e pianista Franz Liszt quando em 1845 esteve em digressão em Portugal, e ainda os cravos Antunes, de 1758 e 1789, que são tesouros nacionais.
Fazem também parte do museu vários espólios documentais e coleções fonográficas e iconográficas do maior relevo.
O Palácio Nacional de Mafra foi classificado como Património Cultural Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em julho de 2019.
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