Conferência de Lisboa junta especialistas globais a refletir sobre "mundo dividido"

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"Mundo dividido" é o título da 6º Conferência de Lisboa, organizada pelo Clube de Lisboa, que se realizará na Fundação Calouste Gulbenkian, em 10 e 11 de outubro, com especialistas em geopolítica de vários países.

Para o organizador, Fernando Jorge Cardoso, esta conferência é um momento privilegiado para ouvir alguns dos mais reputados especialistas mundiais sobre as grandes questões do momento, desde os desafios da Inteligência Artificial (IA) à rivalidade entre a China e os EUA ou os conflitos no Médio Oriente.

Ao longo dos dois dias, a conferência acolherá painéis sobre "geopolítica dos minerais críticos e da transição energética", inovação tecnológica, jornalismo em tempo de guerra e os nacionalismos e a globalização.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, estará na sessão de abertura, ao lado de António Feijó, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, e de Francisco Seixas da Costa, presidente do Clube de Lisboa, e o encerramento ficará a cargo do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, fará uma reflexão sobre "diplomacia e poder", num painel no dia 11 de outubro, e o antigo chefe da diplomacia portuguesa Paulo Portas falará num jantar restrito, por convite.

"O título da conferência é fácil de explicar, porque nós vivemos num mundo dividido", explicou à Lusa o organizador do evento, referindo que, apesar de os Estados Unidos estarem em retração, ainda continuam a ser a potência que ajuda a compreender a atual ordem mundial.

Ao mesmo tempo, a conferência debruça-se sobre a afirmação de novas potências, como a China, ou potenciais candidatos a serem potências, como a Turquia ou o Egito, acrescentou Fernando Jorge Cardoso.

"A China é, de facto, um potenciador económico. (...) O mal que acontecerá à China vai-se repercutir nos nossos bolsos", comentou Cardoso, que organizou painéis com algumas das figuras que têm pensado os grandes temas da geopolítica atual.

Entre os palestrantes figuram nomes como os de Shivshankar Menon, ex-secretário da Segurança Nacional da Índia - "uma espécie de Henry Kissinger indiano", na expressão de Cardoso - Cathryn Clover Ashbrook, jornalista da CNN e especialista em eleições presidenciais dos EUA.

Fidel Amaki, especialista em conflitos em regiões africanas; Branco Milanovic, economista especializado em globalização e desigualdades; ou Tsutomu Sato, um académico japonês, especialista em alterações climáticas e em segurança, são outros dos palestrantes.

Uma das sessões com um tema mais surpreendente junta o primeiro tenor de ópera Bruno de Menezes Ribeiro e a jornalista e melómana Conceição Lino a refletir sobre "a ópera como palco de crises e jogos de poder".

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Lusa/Fim

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