A capital da Baviera vai receber, até domingo, mais de 50 chefes de estado e de governo, cerca de 60 ministros dos Negócios Estrangeiros, incluindo de Portugal, e mais de 25 ministros da Defesa, assim como outros representantes políticos e militares.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos estados ocidentais do G7 também deverão reunir-se à margem da conferência.
"Penso que concordarão comigo que, hoje, este ano, temos crises, conflitos e desafios como raramente, ou nunca, tivemos nos últimos 60 anos", afirmou o organizador da conferência, Christoph Heusgen, na antecipação do evento, em Berlim.
O lema deste ano é "paz através do diálogo" com foco nos principais conflitos no mundo.
Na sexta-feira, o programa principal do evento estará centrado nos desafios de segurança global, incluindo o futuro da governação global e do multilateralismo, a resiliência democrática, a segurança climática, a segurança nuclear, as migrações e o futuro da Inteligência Artificial.
O estado da ordem internacional, bem como os conflitos e crises regionais, que vão da Ucrânia ao Sudão e ao Médio Oriente, vão estar em discussão no sábado.
A conferência termina domingo com debates sobre o papel da Europa no mundo e as suas relações com os parceiros, de acordo com as informações oficiais.
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, deverá abrir a conferência este ano. Também é aguardada a presença do presidente de Israel, Isaac Herzog, mas não do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, também volta a participar nesta 60ª edição.
A agência de notícias alemã DPA acrescenta aos participantes os nomes de Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos, e do secretário de estado norte-americano, Antony Blinken.
A representar o governo alemão estará o chanceler Olaf Scholz, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, o ministro da Defesa Boris Pistorius, o vice-chanceler Robert Habeck, e o ministro das Finanças, Christian Lindner.
Não marcarão presença representantes governamentais da Rússia, do Irão, nem elementos do partido de extrema-direita alemão AfD.
São esperadas também várias manifestações, e um reforço da segurança no local, com mais de cinco mil agentes, um aumento em relação ao ano passado, e o maior de sempre.
"Já foram registadas cerca de 20 concentrações planeadas", revelou o vice-presidente da Polícia de Munique, Michael Dibowski, em conferência de imprensa na terça-feira, "e esperamos que mais se juntem espontaneamente".
Tendo em conta a situação geopolítica, Dibowski acredita existir "um perigo abstrato acrescido", assegurando, ainda assim, não haver "indícios concretos de ameaças".
A primeira conferência ocorreu em 1963, numa escala muito menor, com o nome de "International Wehrkunde-Begegnung". Desde então, é realizada presencialmente em Munique, em fevereiro, exceto em 2021 que, devido à pandemia de covid-19, foi necessário restringi-la ao formato digital.
A agenda detalhada do evento só será publicada pouco antes do arranque, na sexta-feira. A Conferência Internacional de Segurança de Munique termina no domingo.