No total, nove candidatos concorrem às eleições deste país nórdico, com 5,5 milhões de habitantes. Caso nenhum candidato consiga reunir mais de 50% dos votos no próximo domingo, haverá uma segunda volta em 11 de fevereiro -- um cenário provável, segundo as projeções.
Alexander Stubb, 55 anos, que, tal como o Presidente Sauli Niinisto, pertence ao Partido da Coligação Nacional (no poder), beneficia de uma larga carreira política -- foi eurodeputado, ocupou três pastas ministeriais, incluindo Negócios Estrangeiros, chefiou o Governo entre 2014 e 2015, candidatou-se à presidência da Comissão Europeia (quando Ursula Von der Leyen foi escolhida) e à liderança do Partido Popular Europeu e foi vice-presidente do Banco Europeu de Investimento.
O seu principal adversário é o ambientalista Pekka Haavisto, que desempenhou um papel fundamental na adesão da Finlândia à NATO, em abril passado, enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros durante o anterior executivo, liderado por Sanna Marin.
Membro dos Verdes, concorre agora como independente, na sua terceira candidatura presidencial, depois de ter ficado em segundo lugar em relação a Niinisto nas duas ocasiões anteriores.
Segundo a última projeção do Europe Elects para o portal de notícias Euractiv, Stubb obteria 26% dos votos e Haavisto 23%, embora se estime uma vitória do candidato conservador na segunda volta com 55% dos votos. No entanto, outras projeções colocam o candidato dos Verdes à frente já na primeira volta.
O candidato do partido de extrema-direita Verdadeiros Finlandeses e atual presidente do parlamento, o eurocético Jussi Halla-aho, é o terceiro candidato mais votado.
Em quarto lugar, está o antigo comissário europeu para a Economia e atual governador do Banco da Finlândia, Olli Rehn, que também concorre como independente, apesar de pertencer ao Partido do Centro, de orientação liberal.
A candidata do Partido Social-Democrata (SDP), Jutta Urpilainen, que deixou temporariamente o seu cargo de comissária europeia para as Parcerias Internacionais para se candidatar às eleições, não passaria dos 8%, um quarto da quota do SDP nas eleições legislativas.
Com 75 anos, Niinisto sai ao fim de 12 anos na Presidência, por não poder concorrer a um terceiro mandato. Foi apelidado como o "encantador de Putin", pela sua capacidade de dialogar com o Presidente russo, mas as antes estreitas relações entre a Rússia e a Finlândia deterioram-se após a invasão da Ucrânia e a consequente adesão de Helsínquia à NATO.
A Finlândia aderiu à Aliança Atlântica em abril passado com o apoio de cerca de 80% da população e de quase todos os partidos políticos.
No entanto, há ainda uma série de questões por determinar no que se refere à adesão do país nórdico à NATO, incluindo em que medida tropas norte-americanas serão destacadas para o território finlandês e a possibilidade de albergar armas nucleares, o que é proibido pela legislação atual.
O futuro chefe de Estado terá também de tentar aliviar as crescentes tensões com Moscovo, o que não será uma tarefa fácil, uma vez que o Kremlin (Presidência russa) tem ameaçado repetidamente Helsínquia por uma alegada "atitude anti-russa".
Segundo o Euractiv, todos os candidatos têm posições semelhantes sobre questões fundamentais da União Europeia (UE), como a necessidade de o bloco ser economicamente independente da China. Prometem também um forte apoio à candidatura da Ucrânia para aderir ao bloco e receber mais ajuda militar.
Além disso, a Finlândia mantém fechados os 1.340 quilómetros da sua fronteira com a Rússia, para evitar que Moscovo continue a instigar um afluxo maciço de refugiados como forma de desestabilização.
A Finlândia partilha a mais longa fronteira europeia com a Rússia, a seguir à Ucrânia.
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