COP28: acordo é bom, dadas as fracas expectativas

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Acumulam-se análises sobre a Cimeira do Clima que apontam sempre para a mesma linha: é melhor um acordo pouco ambicioso que nenhum acordo.

Na sequência do final da Cimeira do Clima, a COP28, que se realizou no Dubai, Matt Christensen, diretor global de Investimento Sustentável e de Impacto da Allianz Global Investors (AllianzGI), afirma que “o acordo alcançado na COP28 pelos líderes mundiais para a transição para combustíveis não fósseis é notável por ser a primeira vez que os combustíveis fósseis foram incluídos no texto final, aliviando um importante travão à necessária aceleração da ação climática”.

Contudo, “permanecem algumas questões sobre o nível de ambição e até que ponto esta não faz face aos riscos que afetam as regiões mais vulneráveis”, refere ainda o técnico – que assim segue as dúvidas manifestadas por vários analistas quando analisam o que esperar no futuro deste acordo tão traumaticamente conseguido.

Matt Christensenn diz ainda que “embora tenha havido uma reação positiva às últimas alterações no texto para incluir os combustíveis fósseis, o formato e a estrutura das futuras reuniões da COP deverão precisar de evoluir para que possam permanecer relevantes. Houve críticas à pressão significativa da representação por parte dos combustíveis fósseis, que excedeu a das economias em desenvolvimento”.

Além dos combustíveis fósseis, “houve desenvolvimentos notáveis e de menor visibilidade, incluindo o acordo sobre o fundo de Perdas e Danos, as declarações sobre o Clima e a Saúde, bem como sobre o Clima e os Sistemas de Alimentação. Registaram-se ainda progressos tangíveis quanto aos dados da transição climática nos setores público e privado, incluindo a primeira Utilidade Pública de Dados Net Zero e a base de dados ASCOR”.

Em suma, o acordo, embora árduo, acabou por ser mais ambicioso do que as nossas modestas expetativas, embora tenha sido inferior ao necessário, conclui Matt Christensen.

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