Corpo a corpo. Forças israelitas intensificam combates na Faixa de Gaza

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Residentes avançaram à Reuters que as tropas israelitas pareciam estar a tentar completar a captura de Rafah, a cidade no extremo sul do enclave que tem sido o foco de um ataque israelita desde o início de maio.

Os tanques forçaram a entrada nas partes oeste e norte da cidade, tendo já capturado a parte leste, sul e centro. As forças israelitas dispararam a partir de aviões, tanques e navios ao largo da costa, obrigando a uma nova vaga de deslocações da cidade, que albergava mais de um milhão de pessoas deslocadas, a maioria das quais foi obrigada a fugir novamente.

Israel afirmou esta sexta-feira que as suas forças estavam a levar a cabo ações "precisas e baseadas em informações" na área de Rafah, onde as tropas estavam envolvidas em combates a curta distância e tinham localizado túneis utilizados pelos combatentes do Hamas. O governo de Israel também afirmou que estava a realizar ações noutros locais do enclave.Alguns residentes afirmaram que o ritmo do ataque israelita foi acelerado nos últimos dois dias. Segundo eles, os sons de explosões e tiros que indicam que combates têm sido intensos e quase ininterruptos.

Depois de mais de oito meses de guerra em Gaza, a vigilância de Israel está agora concentrada nas duas últimas áreas que as suas forças ainda não invadiram: Rafah, no extremo sul de Gaza, e a zona em redor de Deir al-Balah, no centro.

"Toda a cidade de Rafah é uma zona de operações militares israelitas", declarou Ahmed Al-Sofi, presidente da câmara de Rafah, numa declaração divulgada pelos meios de comunicação social do Hamas esta sexta-feira.

"A cidade vive uma catástrofe humanitária e as pessoas estão a morrer dentro das suas tendas devido aos bombardeamentos israelitas", acrescentou.

Sofi acrescentou que não havia nenhuma instalação médica a funcionar na cidade e que os restantes residentes e famílias deslocadas não tinham o mínimo das suas necessidades diárias de comida e água.

Os números da Palestina e da ONU mostram que menos de 100 mil pessoas podem ter permanecido no lado ocidental da cidade de Rafah, que abrigava mais de metade dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza antes do início do ataque israelita no princípio de maio.Os militares israelitas acusaram o Hamas de utilizar civis palestinianos como escudos humanos, uma alegação que o Hamas nega.

"Os soldados localizaram no interior de uma residência civil uma grande quantidade de armas escondidas em armários, incluindo granadas, explosivos, um lançador e mísseis antitanque, munições e armas", declarou o exército israelita em comunicado na quinta-feira.

No mesmo dia, as Brigadas Ezzedine al-Qassam, braço armado do Hamas, afirmaram que os seus combatentes atingiram dois blindados israelitas com mísseis antitanque no campo de Shaboura, em Rafah, e mataram soldados israelitas que tentaram fugir pelos becos.

Na cidade vizinha de Khan Younis, esta sexta-feira, um ataque aéreo israelita matou três pessoas, incluindo um pai e um filho, segundo os médicos.

Paralelamente, as forças israelitas prosseguiram uma nova ofensiva nos subúrbios da cidade de Gaza, no norte do enclave, onde lutam com militantes do Hamas. Os residentes disseram que as forças do exército tinham destruído muitas casas no coração da cidade de Gaza na quinta-feira.

Esta sexta-feira, um ataque aéreo israelita numa estrada principal da cidade de Gaza matou quatro palestinianos, segundo os médicos.

A campanha terrestre e aérea de Israel foi desencadeada quando militantes liderados pelo Hamas invadiram o sul de Israel em 7 de outubro, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo mais de 250 reféns, de acordo com os registos israelitas.

A ofensiva deixou a Faixa de Gaza em ruínas, matou mais de 37.400 pessoas, segundo as autoridades sanitárias palestinianas, e deixou quase toda a população sem-abrigo e sem recursos. Arménia reconhece Estado da Palestina
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Arménia anunciou esta sexta-feira o reconhecimento do Estado da Palestina, gesto descrito como um passo para a paz no Médio Oriente e sublinhando a "situação crítica em Gaza".

"Reafirmando a sua fidelidade ao direito internacional e aos princípios da igualdade, da soberania e da coexistência pacífica dos povos, a República da Arménia reconhece o Estado da Palestina", declarou o Ministério em comunicado.

"Erevan [capital da Arménia] deseja sinceramente o advento de uma paz duradoura" na região, acrescentou o Ministério, que reitera o seu desejo de "estabelecimento imediato de uma trégua" na guerra em Gaza.

Hussein al-Sheikh, secretário-geral do Comité Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), apressou-se a "saudar" a decisão de Erevan.

"Esta é uma vitória do direito, da justiça, da legitimidade e da luta do nosso povo palestiniano pela libertação e independência", sublinhou na rede social X.

We welcome the recognition of the State of Palestine by the state of Armenia in accordance with international law and international legitimacy. This is a victory for right, justice, legitimacy and the struggle of our Palestinian people for liberation and independence. Thank you… https://t.co/FZ8E1Yh9P4

— حسين الشيخ Hussein AlSheikh (@HusseinSheikhpl) June 21, 2024 No final de maio, Espanha, Irlanda, Noruega e Eslovénia também reconheceram oficialmente o Estado da Palestina com os mesmos fundamentos, o que irritou as autoridades israelitas.
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