O primeiro-ministro salienta que “há uma proposta positiva da Comissão Europeia”. Há, no entanto, uma “grande lacuna” que é o facto de não existir “um mecanismo permanente para estabilização de crises” e recorda o que aconteceu durante a pandemia de covid-19 que foi essencial.
Em cima da mesa vão estar também propostas para a criação “de um mercado energético mais eficiente”, apesar do chefe do Governo confessar que está “um pouco desiludido com a proposta da Comissão”.
Em relação à união bancária, “que ganhou infelizmente nova notoriedade”, o primeiro-ministro relembra que “continua a existir uma parte fundamental que continua por concretizar que é a garantia de depósitos”.
Para António Costa, a participação de António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, no encontro “é muito importante”.
“É fundamental que se mantenham as sanções contra a Rússia e Bielorrússia no suporte à paz na Ucrânia e à capacidade de Kiev manter a sua defesa”, sublinhou.
No entanto, “não se pode ignorar que estas sanções” aos dois países: “Temos de preservar condições para que todos os outros países desejam. Para que os países africanos e da América Latina não sofram consequências colaterais indesejadas destas sanções”.
“O secretário-geral das Nações Unidas teve um papel fundamental na criação do corredor dos cereais no Mar Negro. É fundamental que os países africanos não sejam prejudicados por estas sanções”, acrescentou.
Contudo, Costa recorda que “nem sempre é fácil compatibilizar aquilo que é a perspetiva dos países da União Europeia que são vizinhos imediatos da Rússia e que sentem uma ameaça muito próxima”.
“E por outro lado a consciência de que, se queremos manter esta aliança global na defesa do Direito Internacional e pela paz, que tem mantido a Rússia isolada no seio das Nações Unidas”, é necessário “que haja um trabalho de grande proximidade entre a União Europeia e as Nações Unidas” e que a Europa “saiba ouvir a voz avisada e de bom senso” de António Guterres.
“Para que as sanções à Rússia e Bielorrússia atinjam os objetivos pretendidos, diminuir a capacidade para prosseguir a guerra contra a Ucrânia, mas, sem que isso afete outros países”, sublinhou o primeiro-ministro.