Costa será comentador em novo canal televisivo, diz Marques Mendes

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Luís Marques Mendes revelou, este domingo, que o ex-primeiro-ministro, António Costa, será comentador político num novo canal de televisão e saudou a entrada no "clube".

"Devemos saudar a sua vinda a este clube [de comentadores]", afirmou no seu habitual espaço de comentário na SIC Notícias. 

Em causa está um novo canal de informação da Medialivre, dona do Correio da Manhã e da CMTV.

Sobre a atualidade política no país, Luís Marques Mendes considerou que o líder do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro, "surpreendeu" durante a apresentação e debate do Programa do XXIV Governo, apesar da polémica relacionada com o alívio fiscal, que considerou ser o "primeiro caso e casinho da era Montenegro" e "um dano de reputação e uma perda de credibilidade" para o Governo.

"Acho que a investidura - e o debate propriamente dito - foi um passeio tranquilo. Luís Montenegro surpreendeu, sobretudo, por dois lados. Primeiro surpreendeu pela questão do IRS. Era uma promessa eleitoral das mais importantes da Aliança Democrática (AD), mas toda a gente pensava que ia apenas ser aprovada para o Orçamento do próximo ano", explicou.

Para o social-democrata, a "antecipação" de Montenegro "funcionou como um grande efeito surpresa". No entanto, o que "surpreendeu mais" foi o facto de o primeiro-ministro ter já "um calendário de decisões e iniciativas a tomar nas próximas semanas e meses".

Sobre a polémica relacionada com o anúncio de um alívio fiscal de 1.500 milhões de euros que, afinal, se traduz numa diferença de apenas 200 milhões face ao anunciado pelo último governo, Luís Marques Mendes afirmou ser "claro que Luís Montenegro não mentiu", mas deixou "gerar uma grande ambiguidade", que o Governo "nunca corrigiu".

"O Governo não mentiu. Luís Montenegro não mentiu. Mentir seria dizer ‘vamos fazer um alívio fiscal de 1.500 milhões de euros’ e depois constatar-se que eram 200 milhões. O que ele disse foi que os portugueses iriam sentir este ano um alívio fiscal de 1.500 milhões de euros", explicou. 

Marques Mendes considerou que a polémica escalou por "amadorismo" do Governo e por Luís Montenegro não ter sido "claro" no seu anúncio. Além disso, o próprio Executivo não "desmentiu" as notícias que foram avançadas sobre uma "duplicação do alívio fiscal" e "alimentou a ambiguidade".

"Isto para começar não é bom. É o primeiro caso e casinho da era Montenegro. É um dano de reputação e uma perda de credibilidade. Não é dramático, mas não é brilhante", considerou Marques Mendes.

O comentador lamentou ainda o facto de a oposição não se ter apercebido do 'erro' de Montenegro, sendo a Iniciativa Liberal (IL) "a exceção", que "percebeu a ambiguidade do discurso e a denunciou".

[Notícia em atualização]

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