O especialista em políticas públicas Martilene dos Santos considera que a atual crise política na Guiné-Bissau, devido à dissolução do Parlamento na passada segunda-feira, pode ser resolvida com um entendimento interno entre partidos e sem chamar os eleitores às urnas.
"Neste momento, como do decreto presidencial que dissolve a Assembleia da República não sai nenhuma menção a eleições, está criada a possibilidade de encontrar soluções dentro do quadro atual, mas isso depende em larga medida da vontade dos players", disse, em declarações à TSF, o guineense Martilene dos Santos.
"Os partidos são os principais atores do sistema", reiterou.
Martilene dos Santos considerou ainda que deve estar para breve a constituição de um novo Governo e apelou à "serenidade" das pessoas.
O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, decidiu esta segunda-feira dissolver o parlamento, na sequência dos confrontos de quinta e sexta-feira entre forças de segurança.
Sissoco Embaló considerou "um golpe de Estado" o facto de a Guarda Nacional ter retirado o ministro das Finanças, Suleimane Seide, e o secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro, das celas da Polícia Judiciária, na noite de quinta-feira.
Na sequência deste ato, geraram-se confrontos armados entre a Guarda Nacional e o batalhão da Presidência, que foi resolvido com a intervenção da Polícia Militar e que resultou na detenção do comandante da Guarda Nacional, Vitor Tchongo.