Cristiano, és o maior!

2 dias atrás 31

«Palavras à Sorte» é a rubrica diária dos jornalistas do zerozero durante o Euro 2024. Todos os dias, na Alemanha ou na redação, escrevemos um apontamento pessoal sobre a competição e todas as sensações que ela nos suscita.

Uma hora. Ainda muito distante do apito inicial. Ainda sem a chegada dos milhares de portugueses que se concentraram a caminho do estádio. Com as portas a acabarem de abrir. Foi preciso uma hora apenas. Para quê? Para encontrar todas as camisolas que fariam sentido num mural dedicado a Cristiano Ronaldo. A grandeza do astro português já não é segredo para ninguém, mas ainda me conseguiu surpreender em Frankfurt. Vi a 28 de quando apareceu no Sporting, a 17 de quando começou na seleção, a 7 do Al Nassr, como a do Manchester United, Real Madrid, Juventus e, claro, todos os diferentes equipamentos da seleção com a 7. A passearem entre altos, baixos, gordos, magros, graúdos ou miúdos. Maioritariamente estrangeiros. Numa hora apenas...

O dia é de rescaldo. E, no nosso caso, incluiu comboios, metros e táxis até à próxima paragem. Se estamos em Hamburgo, devemos agradecer a boleia dada por Diogo Costa. Que exibição!!! (os três pontos de exclamação não são inocentes). Mas, que me perdoe o herói, a vontade é escrever sobre Cristiano Ronaldo. Por tantas razões...

Em termos exibicionais, não vale a pena. Há reflexões na crónica do jogo, no artigo das figuras do jogo, no mais recente episódio do Ataque Rápido e no Tema do Dia. Cristiano não esteve bem, nem tanto pelo sucesso ou insucesso das investidas que teve, mas pela dificuldade em manter o discernimento em alguns momentos em que a equipa precisava que o tivesse.

Meus caros, um parênteses: as muitas análises que se fazem a Cristiano Ronaldo não pretendem desvalorizar o que quer que tenha sido feito pelo jogador, não significam qualquer ingratidão ou sequer algum complexo. São feitas quase sempre com coerência e lógica. Se se concorda ou não, isso já parte de cada um.

Cristiano não está no Europeu por causa das camisolas. Não está pelo que já ganhou nem pelo que foi outrora. Está porque faz sentido, concorde-se ou não. E arrasta multidões como nenhum outro. Não é, de todo, por alguma sensação saudosista que o seguem. Porque Ronaldo não é passado, é presente. E, exatamente por isso, não deve pensar que precisa de ser como no passado. Quando ao Euro chegou, parecia estar sintonizado com isso. Só que a ausência de golos vai toldando-lhe a lucidez, que urge recuperar.

Será incomparavelmente mais bonito um dia lembrar um segundo Europeu ganho com Cristiano Ronaldo em campo a ajudar do que um sexto Europeu em que vários jogadores ajudaram o capitão a marcar o seu golo da praxe numa saída sem brilho.

O que mais perdurará na memória de todos os carregadores de camisolas de Ronaldo? A resposta é tão clara como a evidência de que Cristiano é o maior português de todos os tempos.

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