CRÓNICA | 2G não é assim tão mau...

1 hora atrás 24

É um flagelo numa sociedade cada vez mais digital. Um pequeno 2G na parte superior do ecrã do telemóvel? É o drama, sinónimo de lentidão na navegação. Em Braga, o significado é substancialmente diferente, sobretudo quando os 'G' significam Gabri e Gharbi. Quase homónimos, os espanhóis deram tudo menos vagar ao jogo do SC Braga e foram os principais responsáveis pela vitória arsenalista, este domingo, sobre o Rio Ave (4-0).

Em relação ao encontro europeu de quinta-feira, Carlos Carvalhal operou cinco mudanças no onze inicial: Yuri Ribeiro, André Horta, Rafik Guitane, Bruma e Amine El Ouazzani deram os lugares a Adrián Marín, Gorby Baptiste, Ismael Gharbi, Gabri Martínez e Roberto Fernández. Do outro lado, uma mudança feita por Luís Freire, lançando Brandon Aguilera no lugar de Tiago Morais.

@Rogério Ferreira / Kapta+

De certa forma, os dois treinadores foram felizes com as mudanças realizadas. O SC Braga, sobretudo à boleia da ligação espanhola entre Gabri e Gharbi, mas também dos esforços incansáveis de Roberto Fernández, apresentou-se mais enérgico e com boas dinâmicas pela ala esquerda. Defensivamente, a presença de Gorby ao lado de Vítor Carvalho tornou a equipa mais pressionante após a perda da bola e capaz de a recuperar em zonas mais adiantadas ou de forçar o Rio Ave a jogar mal.

O Rio Ave, por outro lado, ganhou em Aguilera um porto de abrigo para procurar reter a bola mais tempo. E quando não foi forçado a colocar bolas mais longas à procura de Clayton Silva e conseguiu ligar com o costarriquenho, a equipa teve capacidade para sair. Não o conseguiu com a frequência desejada, mas na retina ficam o drible curto, o pé esquerdo refinado e a ausência de receio em encarar o adversário olhos nos olhos.

A influência do canhoto no jogo forasteiro podia ter sido ainda maior tivesse Cláudio Pereira, o árbitro da partida, assinalado a grande penalidade - parece claramente existir - que o '16' sofreu ao ser pisado por Gabri Martínez. A decisão do juiz em mandar jogar pareceu ter algum peso nos visitantes e o SC Braga, canalizando muito do jogo pelo flanco esquerdo, materializou em golos o ascendente que já se verificava há largos minutos: Gabri Martínez (30') e Gharbi (37'), que parecem jogar juntos há uma vida, levaram os arsenalistas em (justa) vantagem para o descanso.

Soco no estômago na melhor fase

O que quer que tenha dito Luís Freire durante os 15 minutos de intervalo, teve efeitos reais na equipa do Rio Ave. O emblema de Vila do Conde apresentou-se bastante melhor ofensivamente na segunda metade, foi capaz de começar a projetar os alas com maior frequência e começou a criar outras dificuldades que a defesa adversária ainda não tinha experienciado.

@Rogério Ferreira / Kapta+

Neste aspeto, destaque máximo para o grego Marious Vrousai, que muitas dores de cabeça passou a dar a Adrián Marín. De bola parada, o helénico ficou perto de reduzir aos 59', na melhor oportunidade do Rio Ave até então, e funcionou como uma injeção de adrenalina nas veias do coletivo.

A grande oportunidade, a primeira em todo o jogo, depositou confiança nos homens de verde. À primeira seguiu-se outra, novamente com Vrousai num remate de meia distância, e pouco a pouco o Rio Ave foi subindo no terreno e acreditando que podia reentrar na discussão do resultado. Nesse melhor período vilacondense... o soco no estômago. Em transição, Bruma descobriu Ricardo Horta com um passe delicioso e o capitão só teve de colocar a bola. Ponto final na partida, mas o parágrafo só foi dado em tempo de descontos, com Bruma - já tinha ameaçado várias vezes - a fazer o quarto golo.

Principalmente pelo que fez na primeira parte, o SC Braga venceu com justiça. Os minhotos sobem ao quarto lugar da Liga Portugal Betclic, agora com 14 pontos. O Rio Ave mantém os sete pontos e está no 12.º lugar.

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