CRÓNICA | A Luz volta sorrir!

6 dias atrás 30

O arranque de Bruno Lage não podia ter sido mais atribulado, com um golo sofrido logo aos 22 segundos, mas cedo se percebeu que o Benfica respirava e jogava de uma forma completamente diferente e, com o passar dos minutos, surgiu a confiança e os golos. Os encarnados acabaram a vencer justamente por 4-1 e abrilhantaram o regresso do novo comandante.

Era a estreia de Bruno Lage neste regresso ao comando técnico do Benfica e o treinador encarnado surpreendeu dando a titularidade a Rollheiser, no meio campo, ao lado de Florentino e Luís e Kokçu (4x3x3) e ainda ao reforço turco Akturkoglu, a fazer a sua estreia absoluta e logo a titular. Do outro lado, Vasco Matos, técnico do Santa Clara, apostava no seu onze base, sem mudanças face à última jornada.

Do Inferno ao Céu

Golos mais rápidos de adversários em casa do 🔴Benfica:
2024 Vinícius Lopes (Santa Clara), 1'
2016 André Claro (Vitória FC), 1'
1962 Diego Arizaga (Sporting), 1'
1952 Jesus Correia (Sporting), 1'
1934 Eduardo Saraiva (Casa Pia), 1'
1927 Rodolfo Faroleiro (Belenenses), 1' pic.twitter.com/B8SsKPax4E

— Playmaker (@playmaker_PT) September 14, 2024

A saída de Schmidt, e consequente entrada de Bruno Lage, tinha mudado drasticamente o ambiente na Luz, como bem se viu na festa antes do apito inicial, mas a verdade é que os ânimos demoraram apenas 22 segundos a acalmar. Foi esse o tempo que o Santa Clara precisou para, numa bola longa, aproveitar uma péssima abordagem de Otamendi e inaugurar o marcador, por Vinícius Lopes.

Como esperado, um golo tão madrugador influenciou o jogo. O Santa Clara defendia-se em 5x4x1 e apostava na velocidade de Gabriel Silva e Vinícius Lopes nas alas, mas o Benfica procurou reagir. As águias pressionavam alto e aproveitaram a vantagem numérica no miolo para fazer uma série de recuperações em zona adiantada. Com bola, notava-se a vontade de jogar bem e rápido, mas ainda havia alguma falta de entrosamento (natural) e dinâmicas neste novo desenho e com as novas peças, o que fez perder algumas vezes a bola de forma desnecessária.

Apesar disso, a equipa reagiu bem e foi crescendo a confiança com os minutos, galvanizada pela ligação emocional que Bruno Lage ia tentando fortalecer - puxando pelas bancadas - e pelo atrevimento de Rollheiser - médio mais vagabundo, ainda sem rotinas, mas com potencial entre linhas -, Kokçu e o estreante Akturkoglu. O empate acabou por surgir com naturalidade, aos 28', num grande passe de Kokçu para o compatriota Akturkoglu, que se estreava da melhor forma.

Akturkoglu com estreia em grande @Rogério Ferreira / Kapta+

O empate tirou o peso do erro madrugador e, a partir daí, praticamente só deu Benfica, especialmente porque pouco depois, aos 34', surgiu a reviravolta, num canto estudado, por Florentino Luís. A cambalhota no marcador libertou a equipa da tensão inicial e, com isso, aumentou a velocidade na troca de bola, o que deixou o Santa Clara desconfortável e incapaz de sair na transição. O Benfica e as bancadas da Luz respiram de outra forma.

Quem cedo madruga...

Procurando dar à equipa uma maior capacidade de ter bola, Vasco Matos colocou Ricardinho ao intervalo, mas certamente não esperava que, desta vez, fosse o Benfica a madrugar e marcasse logo aos 48', novamente num canto - mais uma assistência do renovado Kokçu - e agora com golo de António Silva. Este golo madrugador permitiu ao Benfica acalmar qualquer possível reação que pudesse vir a surgir do outro lado e os encarnados passaram a controlar o jogo a seu bel-prazer. Aos 58', Di María, desmarcado com um grande passe longo de Bah, chapelou Gabriel Batista e intensificou esse sentimento.

Bruno Lage acabou a sorrir @Rogério Ferreira / Kapta+

O 4-1, apesar de surgir cedo na 2ª parte, acalmou claramente o jogo, com as duas equipas a sentirem o peso da diferença do marcador. O ritmo baixou e notou-se, especialmente do lado do Benfica, que começou a cometer mais erros na saída de bola e permitiu ao Santa Clara crescer e ter mais tempo de bola.

Apesar disso, os bravos açorianos não foram além de alguma coragem esporádica e o Benfica ultrapassou essa pior fase. Bruno Lage aproveitou para mostrar para o que vinha e deu minutos ao reforço Amdouni, Prestianni e até ao regressado de lesão Schejelderup, também ele à procura do seu espaço. Na ponta final, o Benfica ainda deu sinais de querer chegar à mão cheia de golos - incluindo através de um atrevido Arthur Cabral -, mas acabou por ficar-se pelo 4-1.

Bruno Lage estreia-se com o pé direito e deu o primeiro passo para as pazes entre as bancadas e o clube.

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