CRÓNICA| A nota de Luciano

7 meses atrás 45

A nota mais afinada esteve a um passo de ser atingida pelo FC Porto, contudo a passagem por Barcelos terminou da forma menos agradável para a turma azul e branca. O 1-1 premiou a arte de nunca desistir da turma gilista, num momento em que Thomas Luciano teve a frieza para atingir a nota grave e anular o timbre agudo imposto por Evanilson. 

Tal como previsto, Vítor Campelos não mexeu muito na estrutura da equipa que bateu o Estoril, promovendo apenas o regresso de Martim Neto - de volta após suspensão - como organizador de jogo à frente do pivô composto por Pedro Tiba e Mory Gbane. Do lado azul e branco, Sérgio Conceição geriu na medida do possível, fazendo entrar Stephen Eustaquio para o lugar de Nico González, com o ressurgimento de Iván Jaime na posição de Galeno, a ser a grande novidade do conjunto da Invicta.

Adeptos portistas não esqueceram Artur Jorge, que teve direito a minuto de silêncio @Catarina Morais / Kapta +

Se o problema no comunicador do árbitro assistente marcou a reta inicial do desafio, os minutos seguintes trouxeram ao de cima a tendência (de pouco apetite pela baliza) das duas equipas, durante os 45' inaugurais.  

Otávio deu o primeiro sinal a favor dos dragões, na sequência de uma falta ganha por uma das várias investidas promovidas por Francisco Conceição. Era notória a preferência portista pelas iniciativas à direita - Iván Jaime esteve muito apagado -, mas ficou também evidente a pouca capacidade para ultrapassar a organização da linha defensiva gilista, irrepreensível com Rúben Fernandes como voz de chefia.

Contudo, não só de rigor defensivo primou o Gil. Com uma postura personalizada e assente na gestão dos vários timings encabeçados por Pedro Tiba, os Galos mostraram a sua fama de equipa que sabe jogar e soltaram-se na direção da baliza de Diogo Costa. Rúben Fernandes ficou à porta do golo num lance marcado pelo choque violento com Pepe. 

Fruto dessa postura, a equipa de Vítor Campelos jogou vários minutos no último terço azul e branco, gizando várias jogadas de belo entendimento - Tidjany Touré e Murilo também estiveram em foco -, que viriam a receber a devida resposta perto do intervalo.

Por essa altura, o capitão gilista esteve perto de marcar na própria baliza na ânsia de afastar o perigo da sua área, com Eustaquio a motivar a festa momentânea do mar azul e branco, devidamente cancelado pela falta de Wendell.

O crescimento azul e branco era inegável, só que o azar bateu de novo à porta do internacional canadiano, desta vez pelo corte milagroso de Rúben Fernandes bem no coração da área minhota. Estava colocado o ponto e vírgula no despique...

Por fim, as balizas

No reatar, os desejos de baliza eram uma realidade para quem assistia e a verdade é que o regresso fortíssimo dos dragões proporcionou isso mesmo. Ao retirar poder à transição defesa-ataque gilista com uma pressão asfixiante, o golo ficou mais próximo por intermédio do tiro desferido por Iván Jaime para resposta à altura de Andrew.

Tidjany foi dos mais perigosos do Gil Vicente @Catarina Morais / Kapta +

Um aviso que acabou por permitir a colheita, pouco depois. Mory Gbane cortou com a mão na própria área e não deu alternativa a Fábio Veríssimo que não apontar para castigo máximo. Na hora H, Evanilson viu Andrew bloquear a conversão, mas, na recarga, o avançado brasileiro estreou mesmo o marcador.

Daí em diante, o Gil viu necessidade em responder, respondeu e o jogo abriu. Campelos fez entrar Maxime Domínguez e Alipour e o internacional iraniano não tardou em deixar Diogo Costa em sentido, após ganhar a frente à defensiva contrária. Por essa altura, já Tiba tinha ficado a uma nesga da igualdade, o que não privou a turma minhota de alguns sustos bem sérios levados a cabo pelo sempre dinâmico Francisco Conceição e Pepê.

No que ainda havia para jogar, o duelo partiu em definitivo e as ocasiões surgiram em catadupa. Instalado no meio-campo ofensivo e com a «manta algo destapada» na retaguarda, o Gil ficou perto de novo dissabor. Evanilson perdoou o 0-2 no cara a cara com Andrew, numa altura em que Otávio viu a estreia a marcar pela nova equipa adiada por uma questão de centímetros.

Até ao fim, o Gil rondou a área de Diogo Costa e acabou por gelar as intenções forasteiras. Após centro tenso de Félix Correia, Thomas Luciano vestiu a pele de herói improvável e, de cabeça, estabeleceu o empate final.

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