CRÓNICA | Abrir a lata do terceiro lugar

5 meses atrás 101

O SC Braga está, à condição, no terceiro lugar da Liga Portugal Betclic. Os minhotos tiveram vida difícil na receção ao vizinho FC Vizela, mas operaram uma reviravolta e venceram por 2-1. O resultado permite à equipa de Rui Duarte dormir no pódio, com mais três pontos do que o FC Porto.

Num duelo pobre no que toca a espetáculo, foi preciso um abre-latas uruguaio para catapultar a equipa arsenalista para o terceiro andar. Rodrigo Zalazar, entrado ao intervalo, até começou por tirar o SC Braga desse caminho, ao perder a bola que resultou no 0-1 para o FC Vizela, mas redimiu-se com um bis numa noite em que a Pedreira não esqueceu os seus: aos 23 minutos, todo o estádio mostrou solidariedade com Rui Duarte, que perdeu o filho, Gustavo, há cerca de uma semana.

Uma canção de embalar

A história da primeira parte conta-se em poucas palavras, se formos rigorosos. Durante 45 minutos, Braga assistiu a uma partida que podia facilmente ser confundida com um encontro de pré-temporada ou, se preferirmos, a uma demonstração altamente detalhada do que uma já longa temporada faz às equipas numa altura que a linha da meta é já ali.

Ritmo lento de duas equipas sem a leveza de outros momentos da temporada e com a caixa de velocidades emperrada. Tudo isto agradava mais, claro está, aos vizelenses. Embora com a corda na garganta no que diz respeito à luta pela manutenção, a equipa de Rubén de la Barrera parecia satisfeita em manter o nulo pelo máximo de tempo possível, até porque não desperdiçou as oportunidades de reduzir ainda mais um ritmo de jogo que, por si só, já estava muito longe de ser estonteante.

Nos primeiros 20 minutos, a equipa forasteira até foi aquela com maior presença no meio-campo ofensivo. Confortável com a bola e sustentada pela qualidade técnica de Lokilo e a inteligência e visão de jogo de Diogo Nascimento, a turma da Rainha teve uma primeira metade com nota positiva, mas faltou o mais importante: definir melhor, de forma a criar reais oportunidades para finalizar. Do outro lado, repete-se o desenho com um SC Braga lento e que raras vezes incomodou Ruberto. Banza e Bruma tentaram, mas sempre à figura.

Quem pode sequer resistir assim?

A segunda parte trouxe um jogo muito diferente, desde logo porque surgiram os golos. Rodrigo Zalazar, que entrou ao intervalo, perdeu a bola e o FC Vizela contra-atacou rapidamente para se colocar em vantagem, aos 50 minutos, com uma ótima finalização de Essende.

O goleador francês, como em tantas outras ocasiões, deu oxigénio à equipa, mas apenas para ver a máscara cair de imediato. Três minutos depois, Ruberto e Anderson Jesus tentaram sair curto num pontapé de baliza perante pressão alta do SC Braga e o guarda-redes italiano acabou por perder a bola, cabendo a Zalazar redimir-se do erro anterior e voltar a empatar. Acordou, assim, a Pedreira.

Os minutos seguintes foram de sufoco para os visitantes. A equipa de Rui Duarte carregou, sempre com muita largura, e o desconforto vizelense foi notório. No pior momento do rival no encontro, faltou killer instinct aos arsenalistas para carimbar a reviravolta, que acabou por surgir numa altura em que o FC Vizela já tinha sido capaz de voltar a crescer na partida. Moutinho ganhou nas alturas, já dentro da área, e Zalazar, de primeira, não perdoou e atirou os bracarenses para o pódio.

Inicialmente num cenário altamente promissor, a equipa de Rubén de la Barrera voltou a pagar caro por erros pouco aceitáveis para este nível. A quatro jornadas do final da prova, o FC Vizela continua no último lugar, a seis pontos de distância do play-off. Assim será difícil resistir...

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