CRÓNICA | Balançam, mas não caem

9 meses atrás 76

O Benfica empatou. O Sporting perdeu. O FC Porto não tremeu. No regresso ao Estádio do Dragão, após três jogos fora de casa, os dragões levaram a melhor sobre o Casa Pia e venceram por 3-1.

À entrada para o jogo, existiu uma grande novidade no onze de Sérgio Conceição, face ao expectável. Para além da escolha de Zé Pedro para fazer dupla com Pepe no centro da defesa, a surpresa-maior foi mesmo a titularidade de Iván Jaime na ala esquerda do ataque.

Após o desaire na Taça da Liga, e consequente eliminação da prova, não podia existir tempo para lamentos nos azuis e brancos. Frente a um Casa Pia que apenas teve como «novas adições» Beni Mukendi e André Geraldes, ao invés de Pablo Roberto e Gaizka Larrazabal, tudo podia acontecer no relvado do Dragão.

Falemos de futebol

Na antevisão a este encontro, Sérgio Conceição foi perentório no pedido e nós acedemos. Falaremos de futebol e do grande desenho tático dos primeiros dez minutos de jogo. Mais criatividade ofensiva, mais liberdade e até Zé Pedro se chegou à frente para fazer passes de rutura - que o diga o golo que acabou por criar, ao encontrar Eustáquio a furar entre a defesa e, mais uma vez, a dupla com Evanilson a aparecer numa jogada típica de cruzamento à linha.

Iván Jaime foi a grande novidade @Manuel Morais / Kapta +

Esta liberdade de movimentos, também concedida pelo espaço deixado em aberto pela defesa dos gansos, deu uma nova vida ao seio atacante do FC Porto. Não só isso, mas os erros constantes na construção de jogo cometidos pelo Casa Pia facilitavam a um melhor entendimento de duelo por parte dos comandados de Conceição.

A toada da primeira parte permaneceu sempre a mesma. Construção desde trás, com Zé Pedro a apoiar no primeiro passe que, na maioria das vezes, aconteceu para João Mendes e, a partir daí, o FC Porto detinha toda a liberdade para criar, salvo boas interpretações de jogo do Casa Pia. A prevalência do ataque pela esquerda foi uma constante, com os restantes jogadores a apoiar nos mais variados «buracos» abertos pela defesa dos casapianos.

Voz aos jovens

Retomando novas palavras de Sérgio Conceição, no pós-jogo frente ao Estoril Praia, o técnico do FC Porto mencionou que, se calhar, seria melhor dar oportunidade aos jovens. A verdade é que, por muito coincidente que seja, dado que estes dois até já foram opção por várias vezes, foram mesmo João Mendes e Zé Pedro que consumaram o segundo golo portista. Na bola parada, o central aproveitou o cruzamento milimétrico do lateral e fez o «gosto à cabeça».

Iván Jaime foi dado sempre o seu clássico toque de bola, aquando do espaço concedido, mas acabou por sair com queixas e os dragões voltaram à toada habitual.

No que concerne aos gansos, as mudanças promovidas por Filipe Moreira em pouco deram resultado - quer as do onze inicial, quer as substituições no decorrer do encontro. O Casa Pia mostrou-se algo amorfo, tirando um ou outro remate que Diogo Costa defendeu com clareza - e, ainda, um remate de Clayton ao poste à passagem da hora do duelo.

Pouco Casa Pia, muito FC Porto. Um terceiro golo aconteceu e, se um central já havia marcado, o outro não quis ficar atrás. Os gansos ainda reduziram, através de uma grande penalidade, mas já pouco ou mais puderam fazer. Selado o resultado de um jogo onde não deu para lamentos, é altura de entrar num ciclo intenso e decisivo para os dragões. Segue-se Liga dos Campeões. Segue-se Alvalade.

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