CRÓNICA| Balão de oxigénio ganho na crença

7 meses atrás 92

No último suspiro, o Rio Ave conquistou, este domingo, um saboroso triunfo na receção ao Casa Pia AC. Os vilacondenses venceram por 1-0, na jornada 21 da Liga Portugal Betclic, e abandonaram os lugares de perigo, por troca precisamente com o adversário desta tarde.

A equipa da casa foi quem mais procurou o golo ao longo de toda a partida, sobretudo nos primeiros 60 minutos. O remate certeiro, porém, surgiu já bem perto do apito final, numa altura em que o empate já se colocava como cenário mais provável. Yakubu Aziz vestiu a capa de herói nos Arcos e deu três preciosos pontos à equipa de Luís Freire com o seu primeiro tento no regresso ao clube.

Só um procurou vantagem

O arranque não foi propriamente prometedor em Vila do Conde. Condizentes com as nuvens cinzentas que sobrevoaram o anfiteatro do Rio Ave, as exibições das duas equipas pouca ou nenhuma cor tiveram nos minutos iniciais, que foram muito faltosos. Naquele período de conhecimento mútuo no relvado, a maior iniciativa foi da equipa de Luís Freire, mas os lances de perigo simplesmente não apareceram.65

Em 3x4x3 e com Úmaro Embaló a fazer todo o corredor esquerdo, libertando Fábio Ronaldo para uma posição no trio mais adiantado, junto de Yakubu Aziz e João Teixeira, o Rio Ave canalizou muito do seu jogo pelo flanco direito. Os rioavistas exploraram as dinâmicas entre Costinha e João Teixeira, dois jogadores com muita iniciativa na etapa inaugural, mas foi curiosamente pela ala contrária, em duas incursões de Embaló, que o golo ficou perto de aparecer: aos 32', Teixeira chegou ligeiramente tarde ao cruzamento e, no minuto seguinte, Aziz subiu mais alto do que toda a gente para forçar uma grande defesa a Ricardo Batista.

Privado do castigado Felippe Cardoso, Pedro Moreira promoveu Samuel Justo ao onze inicial e o Casa Pia AC explorou o terceiro médio para variar entre o 4x4x2 e o 4x3x3, dependendo dos posicionamentos adotados pelo jogador cedido pelo Sporting, que ora aproximou de Ângelo Neto e Beni Mukendi, ora encostou a Clayton na frente, sobretudo no momento defensivo. A defender com toda a gente no seu meio-campo, os gansos apostaram nas transições rápidas e tiveram um par de situações onde conseguiram sair, mas sem o resultado final pretendido.

Antes do intervalo, Costinha ainda testou a meia distância e ficou perto de abrir o ativo. Os primeiros 45 minutos foram de crescendo para a equipa de Luís Freire, a única que efetivamente ficou perto de fazer o marcador mexer. Em abono da verdade, também foi a que mais fez por isso.

Vila do Conde sentiu falta do goleador

No regresso dos balneários, manteve-se a toada. Na verdade, acentuou-se até. O Rio Ave entrou a mandar, encostou o adversário aos últimos 30 metros e fez o perigo rondar a baliza forasteira, mas o golo tardava em aparecer.

Depois de sobreviver a um quarto de hora inicial de maior pressão vilacondense, o Casa Pia AC respirou melhor. Pedro Moreira lançou Rafael Brito e os gansos cresceram com o maior raio de ação do médio na zona nevrálgica do terreno. Embora tenha continuado com mais bola, a equipa da casa teve mais dificuldades para chegar a zonas de finalização e para penetrar no corredor central.

A prever um jogo mais direto nos minutos finais, Luís Freire colocou Leonardo Ruiz ao lado de Aziz e reforçou a presença na área adversária. O Rio Ave voltou a crescer, mas a imensidão de pernas que se colocavam entre o portador da bola e a baliza de Ricardo Batista criou dificuldades aos rioavistas na descoberta de espaços para progredir.

Já o apito final estava ao virar da esquina quando o marcador finalmente mexeu: numa bola longa de Miguel Nóbrega à procura dos centímetros de Leonardo Ruiz, o esférico acabou por sobrar dentro da área para um remate de Yakubu Aziz, à meia volta, que só parou no fundo da baliza. O ganês, que regressou em janeiro a Vila do Conde depois de um empréstimo ao Wuhan Three Towns, apontou o primeiro golo no regresso a casa e fez os vilacondenses matarem as saudades de quem sempre foi sinónimo de remates certeiros desde que aterrou nos Arcos.

Quebrada a resistência forasteira, o jogo seguiu o curso natural no período de descontos: quem está a perder lança um último forcing para tentar reverter a situação e a equipa em vantagem agarra-se com unhas e dentes ao resultado. O Rio Ave soube proteger o que tanto lhe custou a ganhar e em Vila do Conde volta a respirar-se melhor, já que a vitória catapultou a equipa para fora dos lugares de perigo.

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