CRÓNICA | Entrada de campeão!

1 mes atrás 50

Inteligente, matreira, mandona, robusta. Uma verdadeira entrada de campeão. O Sporting entrou com o pé direito nesta nova edição da Liga Portugal Betclic e não deu quaisquer hipóteses a um Rio Ave que se auto-prejudicou com a sua coragem desmedida inicial. O leão vence, justamente, por 3-1.

Depois da derrota na Supertaça (3-4), Rúben Amorim virava energias para o campeonato e promovia apenas uma alteração no onze inicial, com a saída do reforço Debast, para dar lugar a Diomande. Do lado vila-condense, o treinador Luís Freire mantinha o habitual desenho da equipa, mas com muitas novidades, incluindo quatro reforços no onze inicial.

Coragem desmedida

O ambiente era de festa e Alvalade estava bem composta para receber o campeão e pedir o Bi. Como esperado, o Sporting tentou entrar forte, para dar resposta ao desaire na Supertaça e foi procurando dar largura, para criar espaço e tentar contrariar a superioridade numérica do Rio Ave no miolo. Os vila-condenses, de resto, não se apequenaram neste arranque da Liga e entraram a pressionar alto e a construir a partir de trás, mostrando trabalho nas ideias de Luís Freire.

Marcaram o primeiro golo da 🇵🇹Liga nas últimas 5 temporadas:
2024/25 🇵🇹Pedro Gonçalves vs Rio Ave
2023/24 🇵🇹Ricardo Horta vs Famalicão
2022/23 🇧🇷Gilberto vs FC Arouca
2021/22 🇵🇹Pedro Gonçalves vs FC Vizela
2020/21 🇩🇪Luca Waldschmidt vs Famalicão pic.twitter.com/e71Y48hKoG

— Playmaker (@playmaker_PT) August 9, 2024

Contudo, a coragem e confiança nessas ideias talvez tenha sido desmedida e o Sporting precisou de apenas seis minutos para contrariar essa pressão - através da tal largura, na direita, neste caso -, aproveitando um passe exímio, de primeira, de Quenda para desmarcar Gyokeres nas costas da defesa. O sueco foi altruísta e serviu Pote para um (fácil) primeiro golo do campeonato 2024/25.

Apesar da desvantagem, o Rio Ave continuou a pressionar alto e criou algumas dificuldades, em certos momentos, mas face à qualidade adversária, bastava um passe mais vertical, a queimar etapas, que o espaço surgia. O Sporting estava, por isso, confortável na partida e ia conseguindo aproveitar o espaços entre alas - dos dois lados - e centrais com relativa facilidade e frequência, até porque a intensidade da pressão forasteira baixou, mas o espaço entre linhas não e a transição leonina era recorrente.

Pote bisou na 1ª parte @Kapta+

Ora, se o 1-0 tinha surgido da pressão desmedida vila-condense, o 2-0 surgiu caído do céu, de um erro de Jhonatan tremendo. O Rio Ave já tinha apanhado alguns sustos na sua saída a jogar a partir de trás, mas, aos 27', o guardião brasileiro colocou autenticamente a bola em Pote, à entrada da área, e este fez um chapéu para o seu bis na partida. O leão mandava e estava confortável no regresso à selva.

Ela tinha que aparecer

Procurando trazer mais estabilidade à sua ala direita - Vrousai teve muitas dificuldades -, Luís Freire colocou João Tomé em campo ao intervalo, o que resultou, mas tirou a espontaneidade de Tiago Morais no ataque. Além disso, vimos um Rio Ave bem diferente, deixando de lado as características que marcaram a 1ª parte e mais em busca de Clayton, como referência, para servir os colegas e construir a partir do avançado.

Rio Ave lutou, mas foi insuficiente @Kapta+

Apesar disso, o Sporting permanecia bem organizado e ia impedindo reações - Diomande muito forte na recuperação e marcação individual, a fazer de Coates - e o jogo ia estando algo amarrado, embora sempre com maior à vontade leonino. Não foi, por isso, de estranhar que o 3-0 chegasse com alguma naturalidade, embora num lance caricato: aos 63', Trincão rematou fora da área, a bola desviou num defesa e parecia perdida, mas Gyokeres, tal e qual um matador, não desistiu do lance e faturou. A máscara aparecia pela primeira vez em 2024/25.

Este golo praticamente selou a partida, mesmo faltando meia hora por jogar. O Rio Ave passou a ter mais bola e ainda conseguiu algumas aproximações, especialmente a partir das alas, à baliza adversária, mas, fora alguns cruzamentos, Kovacevic continuou a ser quase espetador. O jogo entrou em cruise control e o campeão Sporting controlou durante muito tempo, mas o ritmo baixo permitiu ainda ao Rio Ave dar ares de sua graça e, aos 90', reduzir para o 3-1 final, num grande lance de Clayton, lançado na profundidade.

Contudo, a entrada do campeão não ficou manchada e o leão entrou com o pé direito na defesa do título.

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