CRÓNICA | Fuga ao purgatório

8 meses atrás 61

Purgatório. Lugar onde se purificam as almas que, não merecendo o Inferno, não podem, contudo, entrar no Céu sem expiarem a culpa. Em conexto de Liga Portuguesa, a despromoção. Em Vila do Conde, lutou-se pela fuga desse local e foi o Rio Ave a respirar melhor, após vencer o Portimonense por 2-0.

Nas opções, Luís Freire mexeu apenas numa única peça do tabuleiro: saiu João Graça e entrou Guga para o mesmo lugar. Paulo Sérgio fez o mesmo, fazendo de Hélio titular, ao invés de Jasper, relativamente ao último encontro.

Primeiro passo: um plano

Para conseguir a fuga - ou simplesmente alcançar qualquer objetivo -, é necessário traçar-se um plano. Neste caso, era somente um plano de fuga - ou seja, a vitória.

A interpretação do Rio Ave era clara. Tentou de tudo para se superiorizar no encontro no decorrer da primeira parte, mas os erros na decisão no último terço prejudicaram toda e qualquer ação.

O Portimonense delineou o plano de antemão e os minutos iniciais demonstraram isso. Posse de bola, ainda que sem qualquer incómodo a Jhonatan. Seja de que maneira fosse.

Duas equipas encaixadas, um jogo bloqueado e, em 45 minutos, dois remates. Um só para cada lado. Estava duro para quem ambicionasse mais do que isso.

Segundo passo: colocar em prática

Depois de uma primeira parte menos intensa, o Rio Ave apareceu com vontade de - finalmente - colocar o plano em prática na segunda metade.

Carregaram como podiam na área adversária frente a um Portimonense que em pouco ou nada conseguia mudar o ritmo de jogo. Aí, apareceu Boateng para consagrar todas as oportunidades criadas até então.

Após a emoção trazida pelo avançado ao jogo, o ritmo amainou, mas os ânimos algarvios esquentaram. Os duelos pela posse de bola tornaram-se mais agressivos dentro de campo e os protestos nos bancos de suplentes, também eles, iam aumentando.

Quem aumentou o ritmo foi Boateng. Depois do golo que concretizou, começou a colocar o pé a fundo no acelerador e só parou quando assistiu Zé Manuel para garantir que os três pontos não saíam de Vila do Conde.

Respira-se de alívio no Norte de Portugal. Com esta vitória, o Rio Ave continua a somar para fugir do purgatório. O Portimonense? Já não pode dizer o mesmo.

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