CRÓNICA | Leões guiados pelas Estrelas

5 meses atrás 62

O Estrela da Amadora mostrou para o que vinha desde o apito inicial e esteve constantemente em busca do golo e dos três pontos, mas não se protegeu devidamente, apesar dos vários avisos, e deixou à solta o génio de Belloumi, extremo argelino que se destacou e guiou o Farense a uma importante vitória por 0-3. Do outro lado do campo, Ricardo Velho também brilhou, mais uma vez. A luta pela manutenção começa a estreitar-se.

A jornada fechava na Amadora, num importante duelo para a manutenção. Do lado do Estrela, o treinador Sérgio Vieira mantinha a confiança no mesmo onze inicial da última jornada, enquanto José Mota, no Farense, promovia duas alterações no onze inicial, chamando Cáseres e Bruno Duarte para os lugares que pertenciam a Zé Luís e Fabrício Isidoro.

A diferença da eficácia

Havia um sentido de urgência em garantir pontos neste jogo e isso cedo se percebeu dentro de campo, com as duas equipas a imporem um ritmo eletrizante, daqueles agradáveis de ver. O Estrela entrou mais intenso - de tal forma que ia marcando por André Luiz, logo aos 2', de bicicleta -, apesar disso, a pressionar alto e a tentar ter bola. Na frente, André Luiz e Kikas iam permutando entre si, Bucca ia acrescentando no miolo e o Estrela ia tendo bola ia criando chances, mas o Farense defendia-se.

1ª parte foi de alta intensidade @Kapta+

Do outro lado, o Farense, percebendo essa pressão e alta intensidade, foi apostando na transição e explorando as costas da defesa caseira, especialmente na direita, onde Belloumi ia causando estragos frente a Mansur - Rúben Lima demasiado subido - e também iam deixando avisos constantes, especialmente em duas perdidas de bola do Estrela em zona defensiva - Belloumi e Rafael Barbosa desperdiçaram.

Percebendo que aquele ritmo era perigoso e impraticável por muito mais tempo, o Estrela tentou gerir melhor e durante mais tempo a posse de bola e o jogo acamou um pouco. O Farense continuava a apostar na transição e tinha em Belloumi uma flecha apontada à baliza. De resto, foi o extremo argelino quem, aos 40', fez o que quis, mais uma vez, de Mansur na direita, entrou na área e rematou. O VAR encontrou uma mão na bola de Kialonda Gaspar e Bruno Duarte assumiu e cobrou com sucesso o penálti. Era a festa da respeitável mancha de adeptos do Farense na Amadora (casa muito bem composta).

Magia argelina

O Estrela precisava claramente de mais eficácia para se relançar no jogo e voltou a entrar com boa atitude, intenso com bola, mas com o mesmo erro de não se proteger devidamente na sua esquerda e Belloumi, mais uma vez, continuou a fazer estragos. Logo aos 47', o argelino deambulou para o meio, aproveitou a passividade e rematou cruzado e colocadíssimo para o 0-2. O Estrela estava em maus lençóis e Sérgio Vieira tentou ir, rapidamente, em busca de uma reação, antes que fosse tarde demais, com a entrada de Aloísio, Rodrigo Pinho e Nilton Varela.

Estrela insistiu na 2ª parte @Kapta+

Sentia-se o nervoso miudinho a crescer nas bancadas da Reboleira e, dentro de campo, havia uma pressa, natural, ainda maior do Estrela com bola, o que dinamizou o seu ataque, mas também deu mais espaço à transição do Farense. Apesar disso, o crescimento tricolor foi notório e os comandados de Sérgio Vieira foram encostando o Farense à sua área, mas esbarrando num muro chamado Ricardo Velho (e na barra da baliza).

Percebendo o desespero adversário, o Farense foi jogando com o lado psicológico e os ânimos foram-se exaltando cada vez mais com o passar dos minutos. Completamente instalado no meio campo adversário, o Estrela da Amadora insistiu com tudo o que tinha nos últimos 25/20 minutos, deixando o jogo cada vez mais partido e furtuito à transição rápida algarvia. Essa permeabilidade ficou bem parente quando, aos 79', Bruno Duarte arrancou pela esquerda, livremente, e serviu, ao segundo poste, Marco Matias para o 0-3. Os três pontos estavam entregues.

O Farense acabou por vencer justamente e afastou-se da indesejada luta pela manutenção, que, a três jornadas do fim, começa a ter cada vez menos intervenientes. O Estrela é um deles e terá que ter cuidado.

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