CRÓNICA| Não foi só azeri...

7 meses atrás 57

SC Braga está com a vida muito difícil na Liga Europa. A equipa arsenalista sofreu uma das mais humilhantes derrotas europeias da sua história, tendo sido goleada, esta quinta-feira, pelo Qarabag. Na Pedreira, a formação do Azerbaijão venceu por 2-4 - isso mesmo - e deixou tudo muito bem encaminhado para uma primeira presença nos oitavos de final de uma prova europeia.

A equipa da casa teve uma primeira parte com maior iniciativa, mas com algumas falhas na definição - e um erro individual no golo adversário -  que impediram o melhor seguimento para vários lances. Ainda assim, nada fazia prever uma segunda metade onde os minhotos perderam completamente o norte. O descontrolo foi tamanho que o Qarabag desferiu três golpes num quarto de hora. E não se pode dizer que tinha sido apenas mero azeri dos bracarenses.

Faltou definição

Um SC Braga mandão tomou conta dos primeiros minutos no que diz respeito à posse de bola. O Qarabag, com menos bola do que está habituado, por força da maior exigência do desafio, mostrou-se ainda assim corajoso. Os forasteiros, no seu habitual 4x2x3x1, apresentaram uma linha defensiva alta e mostraram poderio na transição rápida. Dotados de qualidade técnica, Benzia, Juninho e sobretudo Zoubir emprestaram muita qualidade ao jogo da equipa sempre que a mesma foi capaz de lhes levar o jogo.

Fiéis aos seus ideais, os visitantes incluíram muito os laterais na manobra ofensiva e boa parte das aproximações perigosas que conseguiram à baliza de Matheus tiveram a participação de Matheus Silva ou Cafarquliyev. Foi este último, de resto, que conseguiu arrancar uma grande penalidade a Víctor Gómez, aos 20 minutos. Da marca dos onze metros, Marko Jankovic colocou a turma forasteira em vantagem.

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Os bracarenses estavam a ser a melhor equipa até então, descobrindo espaços nas costas do duplo pivot contrário - Júlio Romão e Marko Jankovic - para colocar o regressado Simon Banza em jogo, muitas das vezes a servir quase como um pivot no futsal, jogando de frente para os médios. A dificuldade da equipa minhota nunca foi na busca dos espaços que queria, mas na fase seguinte, a de definição. Apesar de um par de finalizações terem sido conseguidas, Lunev resolveu sem grandes dificuldades.

Depois do golo sofrido, a equipa de Artur Jorge passou por um período de maior ansiedade, com muitos erros e uma consequente quebra no rendimento. Artur Jorge pediu calma e a equipa correspondeu, voltando a assumir o controlo na reta final da primeira metade. O Qarabag, satisfeito com o resultado, acautelou-se e a presença no último terço foi cada vez mais reduzida depois do 0-1.

Os homens de Gurban Gurbanov já se preparavam para sair em vantagem para o descanso, quando o SC Braga chegou ao empate, numa recarga de Banza em lance de bola parada. O golo em cima do intervalo podia ser altamente galvanizador para os arsenalistas e combustível para uma entrada forte na segunda parte, mas foi o Qarabag a entrar melhor e a tirar proveito disso para voltar de imediato à vantagem, por intermédio de Zoubir.

Um jogo totalmente diferente

Logo após o golo, Artur Jorge lançou Roger Fernandes e retirou de campo um muito apagado Álvaro Djaló. A substituição não deu, porém, nada de novo à equipa e o coletivo arsenalista entrou numa espiral que levou a uma tragédia de todo o tamanho.

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No momento em que o vídeo-árbitro (VAR) validou o 1-2, o jogo mudou completamente. A ansiedade na equipa bracarense voltou a sentir-se, desta vez mais do que nunca, e o descontrolo emocional do SC Braga foi evidente. Perdida, a equipa rapidamente passou a estado de choque quando sofreu mais dois golos de rajada, por intermédio de Juninho (66') e Zoubir (69'). Um balde de água absolutamente gelada e que despoletou muita contestação dos adeptos: lenços brancos foram exibidos, assobios e cânticos menos simpáticos para a equipa saíram das gargantas dos adeptos.

As mexidas pouco ou nada acrescentaram. O SC Braga ainda tentou minimizar os estragos, até mais com o coração, mas o Qarabag esteve sempre confortável e Lunev não teve trabalho durante toda a segunda parte. A exceção surgiu já em cima do minuto 90, com uma grande penalidade que João Moutinho converteu no 2-4. O dano, porém, já estava feito e os Gverreiros do Minho chegam ao intervalo da eliminatória nos cuidados intensivos.

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