Crónica | Para respirar sem pontadas, há que prolongar uma crise

1 mes atrás 54

*com Vítor Hugo Monteiro

No Estádio Municipal de Rio Maior (casa emprestada ao Casa Pia AC), a 85km do Estádio Pina Manique, os casapianos, sem qualquer ponto somado na Liga Portugal Betclic e sem golos marcados, receberam o Santa Clara, com esperança de dar a volta a este início menos positivo. Tal não foi possível, sendo que o conjunto insular venceu por 0-2.

Os de São Miguel voltam, desta forma, ao caminho das vitórias, após terem vencido o Estoril por 1-3 na primeira jornada. Os da casa, por outro lado, como referido acima, continuam sem vencer e sem marcar qualquer golo.

Face à derrota diante do Benfica (3-0), João Pereira, treinador da turma da casa, operou duas mudanças: Nermin Zolotic e Pablo Roberto foram os preteridos, com Luís Rocha e Telasco Segovia a integrarem as opções iniciais.

Os visitantes, que têm praticado um futebol bastante atrativo, mudaram, também, dois jogadores para esta partida. Alysson e Adriano Firmino, que foi expulso no desaire frente ao FC Porto, saltaram das escolhas, dando lugar a Luís Rocha e Gustavo Klismahn.

Deserto de ideias

O Casa Pia AC entrou com clara vontade de mandar nos destinos do jogo, mas rapidamente a formação açoriana começou a impor o seu futebol com maior vertigem ofensiva.

Ao primeiro quarto de hora, ambas as equipas apresentavam pouquíssimo esclarecimento, traduzindo-se numa partida com reduzidos motivos de interesse. Bastante duelos, alguns deles que resultaram em falta, um remate torto de João Goulart e variadíssimas perdas de bola.

No 3-5-2 dos gansos, Gaizka Larrazabal e Leonardo Lelo, laterais presentes no onze titular, foram procurados por diversas vezes, na tentativa de trazer maior profundidade ao jogo dos casapianos. Os contragolpes dos visitantes iam surgindo mesmo por essa via, mas sem a definição desejada. 

@Santa Clara

A primeira grande oportunidade estaria guardada para os 30 minutos: Larrazabal, num livre bastante longe da área, atirou com estrondo à barra da baliza adversária. José Fonte, capitão de equipa, na sequência deste tiro nos ferros, cabeceou para uma enorme para de Gabriel Batista.

Com a primeira ocasião da partida, a turma comandada por João Pereira elevou o seu nível e assumiu, de forma quase total, as rédeas desta disputa. O Santa Clara sentiu bastante dificuldade em reagir, limitando-se, naquele momento, a explorar a possibilidade de contra-ataque.

Os primeiros 45 minutos acabaram por não ver qualquer golo ser registado, com o Casa Pia AC a insistir e o emblema açoriano, após um início relativamente interessante, a resistir.

Perpetuar do mau momento

O segundo período recomeçou com a turma lisboeta a manter a toada apresentada durante a primeira parte. Alguma iniciativa, chegadas à área adversária, mas sem conseguir materializar o que foi criando.

Quando o cronómetro já ultrapassava os 50´, os bravos açorianos, por intermédio de Pedro Ferreira, remataram, pela vez primeira na partida, à baliza de Patrick Sequeira. O médio de 26 anos desferiu um pontapé já em cima da meia-lua, mas o guardião estava atento e controlou a incidência.

Pouco depois deste aviso, eis o golo que abriu o marcador: Gabriel Silva, após um belo lance em progressão de Vinicius Lopes, 'roubou' a bola ao colega de equipa e atirou para o primeiro tento da partida. Patrick Fernandes pouco podia fazer, muito devido à potência do remate.

Ora, quando nada corria bem, eis que tudo conseguiu ficar pior. Larrazabal viu dois amarelos em quatro minutos, deixou a equipa reduzida a dez elementos e acabou por afetar, ainda mais, a capacidade da equipa reagir. 

Para piorar, Ricardinho, já perto do apito final, protagonizou, a passe de Matheus Pereira, um excelente golo de calcanhar e fechou o marcador. Longo caminho para o Casa Pia AC percorrer.

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