CRÓNICA | Quando a exigência sobe...

3 meses atrás 84

... o resultado piora. No segundo jogo de preparação para o EURO 2024, Portugal perdeu diante da Croácia (2-1), a segunda derrota da era Roberto Martínez. A seleção das quinas só deu um ar da sua graça a espaços e na segunda parte; uma exibição que deixou reticências quanto às esperanças para a grande competição que se avizinha.

Depois do primeiro teste, contra a Irlanda (4-2), Roberto Martínez encarou a Croácia como «o» adversário desta preparação. O 4-3-3 voltou a ser aposta e, tendo em conta as ausências anunciadas - Pepe, Rúben Neves e Cristiano Ronaldo -, o selecionador elegeu um onze mais próximo do esperado no EURO: Diogo Costa regressou à baliza e o trio do meio-campo utilizado deve ser repetido na Alemanha.

Antes de virarmos as atenções para os 90 minutos, nota para o palco da noite. Dez anos depois, o Estádio Nacional voltou a acolher a seleção AA de Portugal. As condições, no geral, estão degradadas, mas quando não é ocupado por «clubes-empresas», o Jamor tem outro encanto.

A história da parra e da uva

Sabemos que os acessos ao Estádio são maus, mas isso não justifica a fantasmagórica entrada de Portugal. Agradeceu a Croácia, que se adiantou cedo no marcador graças a um lance que levantou muitas dúvidas.

O movimento natural do corpo fez com que Kovacic chocasse com Vitinha - grande penalidade para os croatas, no entender de Harm Osmers. Modric, com a intrínseca classe que passeia, bateu o esforçado Diogo Costa e abriu o ativo.

Daí em diante, Portugal tentou ter bola, procurou criar vantagem nos corredores com as incursões de Nuno Mendes e Vitinha e com os movimentos de Bruno Fernandes, mas nunca chegou sequer a assustar Livakovic.

Muita parra e pouca uva. Do outro lado, com menos bola, a Croácia mostrou ter as transições bem afinadas e rondou com perigo a baliza de Diogo Costa. Lovro Majer, Kramaric e até mesmo o defesa Gvardiol tiveram ao dispor ocasiões para dilatar a vantagem. No primeiro tempo, 2-0 esteve sempre mais perto que o 1-1.

Intervalo: tempo para descansar, alterar e testar. Martínez operou quatro alterações, duas no ataque - Leão e Jota no lugar de Félix e Ramos - e duas na defesa - refrescar os corredores com as saídas de Dalot e Nuno Mendes e as entradas de Semedo e Cancelo.

Sol de pouca dura

O descanso fez bem e o banco revitalizou Portugal, ao ponto de construir o empate. De forma simples, Semedo foi projetado pela direita e serviu Diogo Jota, que aproveitou o espaço e tempo que teve para encostar.

O 1-1, contudo, durou pouco. A Croácia também usou a arma «banco» e de lá desencantou Pasalic. O croata, contra a corrente do jogo, foi espontâneo e atirou da meia lua, com estrondo, ao ferro da baliza de Diogo Costa. Na recarga, Budimir, oportuno, desviou de cabeça para nova vantagem croata.

Na segunda corrida atrás do prejuízo, Portugal viveu o melhor período. Leão, felino pela esquerda, e Bruno Fernandes, sem medo de testar o remate, foram os principais focos de uma equipa que já justificava o empate.

Justificava o empate... até ao minuto 70. Aí, a Croácia, experiente, soube mexer, apagar os fogos e voltar a controlar o jogo, tanto que, perto do fim, Diogo Costa voltou a ser chamado à ação.

Resultado duro em vésperas de EURO. Segue-se a Républica da Irlanda para deixar uma boa imagem antes da viagem para a Alemanha.

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